Após um longo período distante dos holofotes, o ex-prefeito Bruno Siqueira (MDB) foi o entrevistado do quadro Pequeno Expediente, que vai ao ar todas as quintas-feiras na Rádio CBN Juiz de Fora. Durante a entrevista, Bruno deixou claro que, no momento, não possui qualquer pretensão eleitoral e não faz planos de retomar a vida pública. “Neste momento, estou trabalhando em questões privadas e também auxiliando alguns congressistas que têm me procurado.”
Erro político
O ex-prefeito também classificou como um erro político a decisão de deixar o comando da Prefeitura no início de seu segundo mandato. Reeleito em 2016, Bruno renunciou ao cargo em abril de 2018. Seu intuito, à época, era tentar uma vaga no Senado e, assim, seguir os passos do ex-presidente Itamar Franco. Em 1974, Itamar deixou a PJF e se lançou candidato a senador. “Foi o presidente estadual que fez o convite. Por brigas internas e partidárias, ele acabou saindo da presidência do partido, e eu não consegui a candidatura.” À época, o MDB mineiro era comandado pelo ex-deputado federal Antônio Andrade, que acabou afastado do comando da sigla no período que antecedeu o processo eleitoral de 2018. A reviravolta enfraqueceu o projeto de Bruno ao Senado, e o ex-prefeito acabou candidato a deputado estadual, sem obter sucesso nas urnas.
Críticas veladas
“Vejo isso com tranquilidade. O ato (a renúncia) não foi um ato correto politicamente. Devia ter ficado até o final do mandato. Acho que a cidade estaria melhor se eu tivesse ficado até dezembro de 2020”, disse Bruno. A fala não deixa de ser uma crítica velada ao ex-prefeito Antônio Almas (PSDB), que o sucedeu no cargo. Bruno disse ainda que se colocou à disposição do Município para, mesmo após a sua renúncia, seguir participando dos comitês gestores criados na PJF em sua gestão. Segundo ele, tal possibilidade foi descartada por Almas.
Governo Margarida
Sobre o Governo da atual prefeita Margarida Salomão (PT), com quem disputou e venceu os segundos turnos das eleições de 2012 e 2016, Bruno fez poucos comentários. Destacou, todavia, a “correção” da petista. Nesse sentido, disse que, mesmo após os enfrentamentos eleitorais, Margarida se colocou à disposição de suas gestões na Prefeitura, para colocar seu mandato como deputada federal a serviço da cidade. A exemplo disso, o ex-prefeito defendeu que, ante as dificuldades diversas de Juiz de Fora com a pandemia e a crise fiscal, o momento pede a união de todos os agentes políticos locais, independentemente de posições ideológicas.