Profissionais de empresa de ônibus de JF mantêm indicativo de greve
Paralisação pode atingir motoristas e cobradores da Gil a partir de 0h desta terça; até lá, empresas podem apresentar uma solução para evitar mobilização

O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sinttro) ainda aguarda um posicionamento das empresas Goretti Irmãos Ltda (Gil) e Auto Nossa Senhora Aparecida Ltda (Ansal) sobre a situação de 198 profissionais que trabalham no sistema de transporte coletivo urbano. Eles foram cedidos pela Gil à Ansal a partir de janeiro. A categoria cobra uma solução para o imbróglio e busca uma posição sobre qual empresa assumirá o vínculo empregatício dos motoristas e cobradores. Até as 19h da noite desta segunda-feira (13), as empresas ainda não tinham se posicionado formalmente. Uma fonte de uma delas, todavia, informou à reportagem que uma proposição ainda estava em construção no início da noite. Por sua vez, o Sinttro confirmou à Tribuna que tem um indicativo de greve aprovado e que os profissionais da Gil podem paralisar suas atividades a partir da meia-noite desta terça, caso a situação não seja equacionada. O sindicato disse ainda que já cumpriu todos os requisitos legais para dar o pontapé no movimento grevista.
Na semana passada, representantes do Sinttro, da Gil e da Ansal participaram de uma sessão intermediada pela Justiça do Trabalho em Belo Horizonte, após pedido de mediação e conciliação pré-processual protocolado pela entidade de classe. A audiência foi conduzida pelo vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho, Fernando Gonçalves Rios Neto, com a presença do Ministério Público do Trabalho (MPT). Na ocasião, as empresas Ansal e Gil sinalizaram a apresentação de uma solução para o imbróglio nesta segunda-feira, o que ainda não havia ocorrido até o início da noite. Uma nova audiência na Justiça do Trabalho ficou agendada para esta quarta-feira, quando espera-se que um possível acordo seja ratificado.
Origem do impasse
Em janeiro deste ano, os 198 trabalhadores em questão foram cedidos, pela Gil à Ansal, com base em acordo de remanejamento de linhas entre as viações. As empresas integram, respectivamente, os consórcios Manchester e Via JF. Desde junho, todavia, estes profissionais se encontram em um “limbo jurídico-trabalhista”, “uma vez que a Ansal não lhes concede mais trabalho e não paga os respectivos salários, ao argumento de que são empregados da Gil, que, por sua vez, alega que os dispensou em dezembro de 2019”, conforme classificado pelo Sinttro, em manifestação feita à Justiça do Trabalho. Ao longo desta segunda-feira, a reportagem procurou a Gil, a Ansal e a Settra para comentar o assunto, mas não obteve um posicionamento até a edição deste texto.