Incêndio consome 190 hectares de área verde em Ibitipoca
Fogo na Serrinha foi debelado neste sábado, após mais de 24 horas de trabalho de brigadistas do parque, parceiros e voluntários
Apesar do esforço de 25 combatentes, as chamas consumiram 190 hectares de vegetação na região da Serrinha, em Conceição do Ibitipoca. Para se ter uma ideia da dimensão, a área queimada equivale a mais de dois parques da Lajinha inteiros, já que a unidade de conservação de Juiz de Fora possui cerca de 88 hectares. O fogo no distrito de Lima Duarte só foi totalmente extinto neste sábado (21), após mais de 24 horas de trabalho, e chegou a apenas dois quilômetros de distância do Parque Estadual do Ibitipoca, conforme a gerente, Clarice Silva. Mesmo assim, o local conhecido por suas exuberantes trilhas e cachoeiras funciona normalmente e recebeu mais de 900 visitantes neste dia.
“Estamos fazendo rescaldo desde as 5h para evitar reignição, com 25 combatentes do parque, parceiros e voluntários. No momento está tudo tranquilo, esperamos que até as 14h possamos considerar que o incêndio está debelado”, informou Clarice ainda no fim da manhã, confirmando a boa notícia à tarde. Segundo ela, apesar de as labaredas terem ameaçado propriedades e queimado um chalezinho de madeira usado para guardar ferramentas, não houve danos em outras edificações. No entanto, além da enorme área verde, o fogo consumiu um plantio de oliveiras.
“Os prejuízos são muitos. Perda de biodiversidade, paisagem adulterada, investimentos de produtores rurais, custos de combate, desgastes físico e psicológico dos brigadistas”, destacou a gerente do Parque Estadual. Além disso, segundo a especialista, “a resiliência da Mata Atlântica vai diminuindo a cada incêndio. Cada vez que é queimada tem mais dificuldade para se regenerar”. Ela lembrou que ocorrências do tipo, infelizmente, estão acontecendo em todo território nacional.
A região da Serrinha fica a poucos quilômetros da vila e do Parque Estadual do Ibitipoca. O fogo foi detectado na área por volta das 12h30 de sexta-feira e chegou a ser controlado no fim da tarde, quando quatro militares do Corpo de Bombeiros de Juiz de Fora também chegaram ao local para auxiliar os brigadistas. No entanto, as chamas voltaram a aumentar no início da noite. Graças à queda da temperatura e o aumento da umidade do ar no decorrer do período noturno, as labaredas não se alastraram durante a madrugada, conforme explicou Clarice. “À noite o incêndio dá uma acalmada.” Às 5h da manhã, a equipe já estava de prontidão novamente e analisou o espaço afetado, com auxílio de computador, determinando as estratégias a serem adotadas antes de ir a campo.
Na sexta, a gerente da unidade de conservação havia adiantado que não há como saber a origem do incêndio, “porque podem ser várias causas”. Uma queimada bem menor já havia ocorrido na mesma área na última quarta. Na noite daquele mesmo dia, o fogo começou a destruir parte da mata do Parque Estadual da Serra Negra, na região entre Lima Duarte e Olaria. As chamas foram controladas na quinta, quando uma aeronave da PM deu apoio, mas reascenderam, sendo totalmente contidas na sexta, quando teve início a ocorrência na Serrinha. A área danificada na Serra Negra foi de, aproximadamente, 20 hectares, de acordo com o gerente da unidade de conservação, Tales Antônio da Fonseca. Muitos brigadistas atuaram nas três situações, auxiliados pela própria população, que ajudou no fornecimento de água potável e comida.