Em boa hora

A Zona da Mata precisa aproveitar as sinalizações do Governo do estado em retomar o desenvolvimento econômico a fim de tirar a região do fim da fila dos investimentos


Por Tribuna

30/05/2019 às 06h56- Atualizada 30/05/2019 às 07h36

A visita técnica à cidade do secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico de Minas, Adriano Magalhães, é um alento para o setor produtivo, por sinalizar a preocupação do Governo com as demandas da região. Ele se encontrou com lideranças empresariais, com representantes do Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco e com dirigentes do Porto Seco e agendou reunião com dirigentes da Mercedes-Benz.

A pauta é expressiva, pois tem a pretensão de discutir links entre o Aeroporto Regional e o Terminal de Confins, em Belo Horizonte, e ampliar a vocação do Porto Seco para transformá-lo em uma porta de entrada de produtos em Minas em ligação direta com o Porto do Rio de Janeiro. Para a Mercedes, vai colocar propostas tributárias a fim de incentivar a concessionária a ampliar sua linha de ação na cidade, hoje bastante reduzida se comparada à sua capacidade de produção e aos propósitos que levaram à sua implantação em Juiz de Fora.

A cidade precisa de boas notícias, mas carece de mais envolvimento das lideranças em debates consistentes sobre o que se pretende para o município e o seu entorno. Nos últimos anos, vários projetos migraram para outros centros por não sentirem respaldo necessário para implantarem seus negócios na Zona da Mata. Outros estão pendentes pela incerteza econômica nacional, mas também por questões menores que outras regiões têm sido mais ágeis em promover.

O Triângulo Mineiro – sempre ele – continua sendo um fator de comparação. Os empresários, além de terem um discurso integrado, têm respaldo das lideranças políticas, que aceleram suas demandas em discussões isentas de burocracia, sem, no entanto, perder o viés legal. Os encontros são objetivos e as tratativas, implementadas diretamente com os atores responsáveis por sua resolução. Uberlândia e Uberaba, os carros-chefes da região, têm atraído investimentos de todo o país graças ao pragmatismo de suas lideranças.

Cortada por duas rodovias federais e no meio de três dos maiores centros econômicos do país – São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte -, Juiz de Fora precisa utilizar essa condição para atrair negócios para si e para a Zona da Mata. Os prefeitos devem se unir num discurso único e criar políticas de incentivo, no que, certamente, terão respaldo da gestão do governador Romeu Zema, um homem de mercado que conhece as estratégias de negócios.
Para tanto, porém, é preciso tirar as ideias do papel, o que implica, necessariamente, convocar os líderes para uma discussão objetiva, sobretudo por já haver dados colhidos em vários fóruns aqui realizados, que avaliaram o potencial regional, sem, no entanto, ir adiante.

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