Novo modelo

Transferência de equipamentos públicos para a iniciativa privada pode melhorar a performance de tais espaços e permitir investimentos para garantir-lhes mais eficiência


Por Tribuna

04/10/2018 às 07h00- Atualizada 04/10/2018 às 07h52

 

Uma das causas da crise que afeta União, estados e municípios está no tamanho de suas estruturas. Para ficar só no caso local, muitos dos equipamentos ora operados pela Prefeitura teriam melhor performance se fossem mantidos pela iniciativa privada, sobretudo por não fazerem parte do pacote prioritário do Poder Público. Por isso, é louvável a iniciativa do Governo em participar do estudo a ser elaborado em parceria com o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a ser implementado em 2020, que trata de parcerias público-privadas ou concessões. Como a Tribuna mostrou na edição dessa quarta-feira, fazem parte do pacote o Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, o Ginásio Poliesportivo Radialista Antônio Marcos (ainda em construção), o Aeroporto da Serrinha e um estacionamento no Terreirão do Samba.

Como revelou o secretário de Planejamento, Argemiro Tavares, o atual modelo implica despesas para o município, que, como os demais, vive um momento financeiro crítico. O estádio e o aeroporto têm custos mensais de R$ 1 milhão cada, que poderiam ser revertidos com o envolvimento do setor privado. Certamente, até a eficiência poderia mudar ante a capacidade de investimentos dos futuros parceiros. Hoje, como o retorno financeiro é zero, não há meios para se fazer investimentos em tais espaços, salvo em algumas ações pontuais, a despeito da necessidade.

O Aeroporto da Serrinha, embora tenha a característica de comercial, pode encontrar nova vocação, especialmente para os voos particulares, que o usam, inclusive, para abrigo de suas aeronaves. Num futuro próximo, dependendo do investimento, até mesmo os voos comerciais podem colocá-lo em sua rota, como deve ocorrer, de novo, com o Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.

É fato que há um longo prazo até que tudo saia do papel, mas a simples iniciativa joga luzes numa discussão que entra nos palanques em campanha e some na rotina do dia a dia das administrações. Ao colocar o tema à mesa, o prefeito Antônio Almas já indica, positivamente, para os projetos que pretende desenvolver em 2019. Com a máquina enxuta e ainda contando com retorno de parceiros, o município terá meios de investir em áreas críticas que carecem, necessariamente, da ação do Governo.

 

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