Candidaturas ao Governo não saem do campo da especulação

Por Paulo Cesar Magella

Restando poucos dias para a abertura da janela partidária e pouco mais de um mês para a desincompatibilização dos candidatos ora com mandatos no Executivo, o cenário em Minas ainda é de incerteza. Quem souber o que está acontecendo está chutando ou mentindo, pois nem mesmo as partes envolvidas sabem o que virá pela frente. O MDB mantém o discurso da candidatura própria, proclamado na última reunião do diretório estadual, mas, como destacou uma liderança política, o partido está de olho na planície e nas pesquisas. Com os nomes de Adalclever Lopes e Leonardo Quintão colocados na lista, o partido pode tanto negociar com o governador Fernando Pimentel, no seu projeto de reeleição, ou com outro nome que esteja se destacando nas prévias, como o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda, que deve contar com o respaldo do grupo liderado pelo ex-deputado Dinis Pinheiro.

Data certa

O DEM conta com a transferência do deputado Rodrigo Pacheco, que deve se consumar entre o dia 15 e o dia 20 de março. O deputado emedebista, depois da mudança da data das prévias do MDB, se sentiu desprestigiado pelos pares e não tem mais ambiente dentro da legenda. Seu padrinho político, o vice-governador Antônio Andrade, perdeu maioria na Executiva e no diretório, ficando sem meios de bancar o seu projeto. A questão de Rodrigo, agora, é como se transferir para o DEM sem ter que se comprometer com outras lideranças políticas, como o senador Aécio Neves, do PSDB.

Fator Aécio

O problema dos tucanos é exatamente esse. O senador Antonio Anastasia teria dito a interlocutores que não é candidato de forma alguma, mesmo que sua mãe lhe peça para disputar. Com mais quatro anos de mandato em Brasília, ele pretende sair da política e cuidar da advocacia, distante do jogo bruto dos partidos. Sem ele, os tucanos ou adotam a receita caseira, com os deputados Marcus Pestana ou Domingos Sávio, ou embarcam no projeto de Rodrigo Pacheco sem o comprometimento de manter Aécio no Senado. No PT, o governador Fernando Pimentel é a única opção e não há plano B de disputa ao Senado. Ele vai mesmo para a reeleição.

Rodovia na pauta

Em reunião realizada na manhã dessa segunda-feira, o prefeito Bruno Siqueira recebeu a deputada federal Margarida Salomão, a presidente do Conselho Municipal de Habitação, Letícia Zambrano, e moradores da Cidade Alta. Em pauta, a retomada das obras da BR-440, que corta a região. O prefeito sanou dúvidas e explicou que a conclusão do projeto aguarda liberação de licença ambiental pelo Governo do estado, consequência de acordo entre o Dnit e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Como a estrada é federal, a responsabilidade pela execução é do Dnit, assim como os recursos para sua conclusão. Margarida liderou a comitiva após ser procurada pelos moradores, ora preocupados com a situação. A meta, após a conclusão de todo o projeto, é a municipalização da rodovia, mas tudo vai depender, como revelou o prefeito, do andamento das ações no Dnit.

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins. E-mail: [email protected] [email protected]

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