O prefeito Bruno Siqueira vai anunciar na Semana Santa se sai para disputar as eleições ou se continua na Prefeitura. A questão é que tipo de candidatura – se sair – irá buscar, uma vez que o cenário continua totalmente indefinido em todas as instâncias. Nessa sexta-feira (2), em Belo Horizonte, quando 349 prefeitos se reuniram na Cidade Administrativa para questionar os repasses do Governo do Estado, as conversas nos bastidores apontaram para uma série de possibilidades. Uma delas: o governador Fernando Pimentel, em vez da reeleição, tentaria o Senado. Apoiaria o empresário Vitório Mediolli, que já teria até dito ao seu vice-prefeito de Betim que deixa o cargo em abril. O único problema seria o vice, Toninho Andrade, com quem está rompido, que cumpriria o restante do mandato. Outra: o MDB, nesse caso, lançaria o deputado Rodrigo Pacheco como seu candidato, mas o deputado Adalclever Lopes também gosta da ideia.
Impasse
Os deputados, federais e estaduais, do MDB, além dos 54 coordenadores regionais do partido, foram convocados para uma reunião, neste sábado, em Belo Horizonte, com o presidente do diretório estadual, Antônio Andrade. O curioso é que ele não antecipou a pauta, mas a dedução dos participantes é de que serão tratados assuntos ligados ao impasse que se estabeleceu no meio da semana com o deputado Sávio Souza Cruz, que andou falando mal do presidente Michel Temer e desagradou a cúpula. O presidente do diretório estadual abriu processo de expulsão do parlamentar, mas a reunião marcada para tratar do assunto, na quinta-feira, não teve quórum. O deputado disse que apenas expressou sua opinião, não vendo, por isso, razão para ser expulso.
Queda de braço
Toninho Andrade trava uma queda de braço com os deputados que resistem às suas orientações, preferindo tratar diretamente com o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes. Talvez por conta disso, os 54 coordenadores foram convocados para o evento, uma vez que, com o voto deles, é possível que Andrade consiga maioria na reunião. Mas o quórum ainda será o principal problema. Os deputados, já em plena campanha eleitoral, usam os sábados e os domingos para mergulharem em suas bases. Dificilmente ficarão em Belo Horizonte para resolver um imbróglio que não criaram.
Chapa própria
Tanto os deputados federais quanto os estaduais não querem entrar na bola dividida entre o vice-governador e o presidente da Assembleia. Antes de se discutir quem deve ser o candidato do partido – fonte do impasse entre Adalclever e Andrade -, preferem discutir a chapa de candidatos que será apresentada ao eleitor. Só a partir daí é que acham oportuno ir adiante nas negociações em torno da candidatura própria ou da aliança com o Partido dos Trabalhadores. O presidente do diretório teria pressa por temer ficar isolado e de não ter um projeto pessoal definido. Disputar o Senado, hoje, seria um problema, devendo ser a Câmara Federal a opção mais viável.