Meio Ambiente: o que comemorar?
Nessa data, 5 de junho, definida como “Dia Mundial do Meio Ambiente”, temos mais a lamentar do que comemorar. Vejamos: dentro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, órgão das Nações Unidas conhecido como IPCC (sigla em inglês para Intergovernamental Panel on Climate Change), cientistas conceituados discutem permanentemente as transformações que ocorrem em nosso meio ambiente.
Estão também nas discussões do Painel os representantes de governos poderosos, que encontram sempre um meio de travar as conclusões, estabelecendo-se uma discussão controversa, dificultando um consenso. Apesar disso tudo, conseguiram em 22 de abril passado, depois de mais de uma década de discussões, elaborar um documento e apresentá-lo numa cerimônia na sede da ONU, em que se pretende até 2030 atenuar os efeitos das intervenções humanas que impactam o meio ambiente. Ótimo, até aí tudo bem, o documento foi um consenso, mas tem um longo caminho a percorrer até se tornar eficaz, pois 55% dos países responsáveis por 55% das emissões de gases de efeito estufa precisam formalmente assinar o documento com aprovação legislativa. E aí já viu: lá se vai o tempo.
O mensageiro da Paz das Nações Unidas, o renomado ator Leonardo DiCaprio, em sua fala na plenária de encerramento disse: “É hora de declarar: chega de conversa, chega de desculpas, chega de estudos de dez anos e chega de permitir que as empresas de combustíveis fósseis manipulem e ditem a ciência e as políticas que afetam nosso futuro. Este (as Nações Unidas) é o organismo que pode fazer o que é necessário”. Será?
Tenho minhas dúvidas!
José Natalino do Nascimento – Engenheiro e leitor convidado