Painel 09-02-2016

Por Júlia Pessôa

Janela aberta
A partir do dia 18 – salvo se o Senado não fizer a homologação -, estará aberta por um período de 30 dias a janela partidária. Sem risco de perder o mandato, os políticos poderão mudar de sigla de acordo com suas pretensões eleitorais. A mudança deverá ser expressiva, uma vez que várias siglas passam por desgaste, mesmo aquelas de oposição. Os analistas acreditam que o PT, mesmo sendo o mais desgastado pelos escândalos e pela política econômica do Governo federal, não terá muitas defecções, já que o engajamento à legenda é mais ideológico do que pragmático. O problema estará nas eleições de outubro, quando o acerto de conta será com as ruas.

Todos perdem
Nessa dança de cadeiras, PSDB e PMDB, situados entre as maiores legendas, deverão sofrer baixas, o mesmo valendo para o DEM, mas a maior mobilização ficará por conta das siglas de menor porte, nas quais o interesse é imediato. Nas eleições municipais, não basta ter chapa completa se ela não tem peso para alcançar o quociente eleitoral. Mesmo assim, seus candidatos terão que ter, no mínimo, 10% desse quociente se quiserem se eleger. E é por aí que as atenções estão voltadas para a Câmara Municipal.

Depois do recesso
Vários vereadores estão em plenas articulações para migrar para outras legendas. Por enquanto, porém, só Vagner de Oliveira já bateu o martelo e vai para o PSC. Ele esteve perto do PSDB e do PMDB. Por várias circunstâncias, inclusive veto explícito de colegas da Câmara, especialmente peemedebistas, preferiu a legenda liderada pelo deputado Noraldino Júnior. Na volta do recesso do Legislativo, a partir da semana que vem, é que será possível ver a articulação dos demais vereadores.

Dança na Assembleia
Entre os deputados estaduais, o quadro está mais claro. Isauro Calais, do PMN, já disse que vai sair, sem perder o controle da atual legenda, pois recebeu diversos convites. O mais provável seria o PMDB. Ele é próximo do prefeito Bruno Siqueira e foi um dos convidados do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, para acompanhar os desfiles das escolas de samba. Paes também é do PMDB e tem pretensões de disputar até mesmo a Presidência da República em 2018. Já o deputado Lafayette Andrada está próximo do PSD. Antônio Jorge continua no PPS, enquanto Noraldino Júnior, embora liderando o PSC, admitiu ter sido sondado por outros partidos.

Júlia Pessôa

Júlia Pessôa

Jornalista, mestra em Redes, Estéticas e Tecnoculturas, especialista em Gênero e Sexalidades, e doutoranda em Ciências Sociais, tendo como casa a UFJF. Realizou estágio doutoral na Universidade de Aveiro, Portugal, onde ainda integra o grupo de pesquisa Género e Performance (GECE). Foi repórter da Tribuna de Minas por mais de dez anos, passando por todas as editorias do jornal, especializando-se ao longo do tempo, em coberturas de direitos humanos, gênero, cultura e gastronomia. É professora universitária, pesquisadora, feminista e, acima de tudo, curiosa. Retorna à Tribuna como coordenadora editorial da redação.

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