CASA AO LADO


Por Tribuna

04/11/2015 às 07h00- Atualizada 04/11/2015 às 09h04

Se não houver contratempos, o que é comum em se tratando de Brasília, o Conselho de Ética da Câmara Federal começa esta semana a discutir a situação do deputado Eduardo Cunha (PMDB), presidente do Legislativo, acusado de ferir o decoro parlamentar ao dizer na CPI da Petrobras que não tinha dinheiro no exterior, fato desmascarado pela Procuradoria-Geral da República e pelos próprios bancos suíços. O grupo está dividido, com a bancada governista anunciando que não irá permitir a abertura de processo de cassação do deputado pelo Rio de Janeiro. Cunha não é o primeiro presidente da Câmara a passar pelo Conselho de Ética, mas certamente é o mais poderoso, liderando uma bancada expressiva não só na comissão mas na própria instituição. Eleito com respaldo do chamado baixo clero, sem perder de vistas o andar de cima, trafega em todas as faixas. Levar o processo adiante será um desafio, mesmo com a pressão das ruas, que tenta se contrapor ao corporativismo que já se apresenta na fase inicial das discussões. Com o passar dos dias, será possível vislumbrar um norte, pois as discussões terão que chegar a um termo, sob o risco de transferir para o Congresso a crise hoje instalada na casa ao lado, isto é, no Palácio do Planalto. No caso do Governo, estão em jogo as demandas políticas e econômicas, temas que também chegam às ruas com grande pressão. Afinal, a população sente diretamente no bolso os efeitos da crise e não vê na política uma saída para superar todos esses impasses. .

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