Adolescentes infratores
Parabéns ao jornal pela matéria, mas não pude deixar de me indignar ao perceber que as autoridades do nosso município esbarram nas limitações dos programas existentes para acolher e educar esses jovens. A limitação de vagas, não só no Centro Socioeducativo, mas também em diversos programas municipais, contribui para a desagradável sensação de impunidade junto aos jovens. Não se trata de reduzir a maioridade penal, nem mesmo aumentar o tempo de acautelamento como desejam alguns. Há que considerar que o comportamento dos adolescentes não é somente caso de polícia, este deve ser compreendido como um fato social, e que as intervenções devem ser pensadas não de forma individual, mas coletiva. A situação exige ações urgentes e integradas. A secretária de educação municipal apresentou uma excelente sugestão ao propor investimentos na capacitação dos educadores. Atualmente, as questões sociais, econômicas e emocionais eclodem nos pátios e corredores do espaço escolar, exigindo um trabalho transdisciplinar. Na perspectiva do mestre Paulo Freire (1996), educação não é mera transmissão de conhecimento. Assim sendo, torna-se necessário empreender esforços para a ampliação deste conceito, criando novas possibilidades para melhor socialização das novas gerações.
Ana Claudia Nascimento
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Confronto na porta de escola
Moro no Jardim Esperança há 30 anos, próximo à escola, e, nos últimos dias, tive a infeliz sorte de presenciar o conflito noticiado pelo jornal e o ocorrido no dia anterior. Isso tem acontecido com grande frequência, deixando as pessoas que moram ou transitam na região inseguras. Porém discordo das palavras da sra. vice-diretora da escola quando a mesma afirma que problemas desse tipo já acontecem há 20 anos. O bairro era muito tranquilo, mas a situação começou a se modificar há aproximadamente dez anos – ocasião em que o posto policial foi fechado. A polícia possui seus argumentos para não manter mais esse tipo de policiamento, mas uma coisa é fato: enquanto ainda podíamos contar com o posto aqui perto, não havia confrontos de gangues, não se falava tanto em abuso de drogas, tráfico de drogas e armas, prostituição infantil, furtos e roubos. Os confrontos na porta da escola, da forma como têm acontecido, são mais recentes. Atualmente notícias do bairro sobre esses tipos de mazelas aparecem na mídia com relativa frequência e são temas de boatos no bairro. Evito, sempre que posso, sair de casa nos horários críticos (principalmente às 13h), porém nem sempre isso é possível e, devido à proximidade da minha casa com a zona de confronto, nem mesmo em casa estamos seguros. Agradeceríamos se as autoridades competentes encontrassem meios eficazes para prevenir a violência em nosso bairro e tratassem do sério problema que já está instalado entre nós.
Luciene Corrêa Miranda
Juiz de Fora/por e-mail