Mais um ano terminando. Será mesmo prudente fazer um balanço dele ou olhar para a frente? Por vezes acredito que fazer o balanço de um ano pode ser construtivo, outras acredito que não. Os anos passam, os planos que fazemos, principalmente aqueles de emagrecer, parar de fumar e beber menos, nunca são executados. Se são, logo os deixamos de lado na primeira oportunidade. Então, por que fazer balanço do ano que termina?
Talvez seja uma forma de verificar os erros e acertos, e se concluirmos que erramos mais do que acertamos, poderemos corrigir? Talvez não. E se acertamos mais do que erramos, colocamos um peso muito grande no próximo ano, que deverá ser ainda mais certeiro. Dilemas.
Pode ser melhor fazer da seguinte forma: guardar tudo como em uma caixinha de lembranças e no próximo ano revirar esses guardados sempre que tivermos uma situação semelhante a enfrentar. E temos muitas delas no decorrer de um ano: as promessas que não cumprimos, as gafes que cometemos, os tombos que levamos, as discussões que temos, elas são recorrentes e renitentes, perturbam sempre. Ao revirarmos essas caixinhas, podemos nos lembrar da atitude que tivemos antes e, aí sim, fazer um balanço rápido dos seus desdobramentos e tomarmos uma decisão, a mesma, caso tenha sido satisfatória, ou outra, caso tenha dado encrenca. Simples, sem precisar fazer balanços chatos de final de ano, se frustrando ou se alegrando demais por coisas muito pequenas.
Proponho apenas que uma coisa seja decidida assim que virar a data no calendário, e essa seja respeitada durante todo o ano seguinte, mas só depois de pular as ondas, oferecer presentes a Iemanjá, comer as lentilhas e as sete uvas, guardando seus caroços na carteira e tomar aquela boa golada de champanhe: sermos pessoas melhores, mas não apenas por fora, e sim lá dentro. Que seja feita uma faxina em nós mesmos, e tudo o que temos de ruim ou não gostamos em nós seja jogado no lixo, só isso já vai fazer um mundo melhor. Pelo menos o nosso será e refletirá no resto todo, com certeza.
Dinheiro é consequência de tanta coisa, do trabalho? Sim! Mas também de saber usá-lo de uma forma melhor, lembrando do dia de amanhã. O pouco pode ser muito, e o muito pode ser pouco, a depender de como o dinheiro é visto dentro do seu bolso. Saúde é consequência também de cuidados, e ela depende de nosso esforço totalmente. Desejar saúde sem se esforçar minimamente para tê-la é insensato, e a paz, essa não é só uma palavra, mas sim um estado de espírito. Desejar a paz fazendo a guerra não faz o menor sentido, pois a paz só vem pela paz mesmo, não por outros caminhos violentos. Então, fique em paz com você, em primeiro lugar, depois transborde essa paz para todo canto, por onde andar, e ela será contagiante. Fique feliz, você conseguiu vencer mais esse ano e muito mais virá no próximo. Desejo a todos um feliz 2024!