Diariamente, nos pegamos em questões pessoais com as incertezas que a vida nos proporciona, incertezas essas que nos trazem ansiedade e pânico, acrescentados da correria e do estresse do dia a dia. Nos refugiamos em nossos gadgets eletrônicos e consumimos vidas teoricamente perfeitas pelas redes sociais.
Há cerca de um ano, em uma palestra ministrada por um empreendedor de Juiz de Fora com um auditório cheio, onde havia mais de 80 estudantes, o palestrante falava sobre a receita do “sucesso”, dando dicas de como obtê-lo por meio de estratégias, estratégias essas que eram como receitas de um bolo. Aqueles que ali permaneciam eram, em suma, sonhadores e curiosos, que anotavam os ingredientes essenciais para obter o tão almejado sucesso.
O primeiro passo citado pelo empresário para obter os resultados era escolher alguém que nos inspira, como um modelo, e seguir exatamente os mesmos passos, a mesma graduação, as mesmas experiências, cursos e extensões. Não havia sido levado em conta que existem frustrações, tempo, dinheiro, nem mesmo o fator de sorte.
Um mês após essa palestra, me encontrava em um auditório da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), onde um psicólogo falava novamente em sucesso. A maneira abordada não me frustrava. Falava-se em características humanas e cognitivas, de como se posicionar no mundo, do que queríamos almejar em longo prazo como seres humanos.
Refletindo sobre os dois momentos, percebi que o nosso consumo por informações envolvendo o capitalismo se encontra cada vez maior e que a busca por bens materiais cresce em um país economicamente instável. Até onde se designarão as nossas realizações pessoais? Quem nos ensinará sobre saúde mental? Precisamos de profissionais que nos ensinem a lidar com nossas emoções dentro das escolas, das faculdades e no ambiente de trabalho. Precisamos de empatia conosco e com o próximo.
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