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Dia do Rio

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Os recursos hídricos constituem um bem natural de valor ecológico, social, econômico e cultural cuja utilização deve ser orientada pelos princípios do desenvolvimento sustentável. As nossas mãos podem destruir a natureza ou torná-la cada vez mais saudável, produtiva e protegida. No passado histórico, na área da Bacia Hidrográfica dos Rios Preto e Paraibuna, principalmente em função da cultura cafeeira, constituiu-se numa das áreas de Minas Gerais onde as “nossas mãos” mais destruíram os ecossistemas nativos existentes, inclusive os recursos hídricos.

Como no dia 22 de março comemora-se o Dia da Água, no dia 24 de novembro foi instituído o Dia do Rio, objetivando conscientizar os nossos governantes, empresários e a sociedade em geral sobre a preocupação que devemos ter em relação à grande escassez da água em muitos rios brasileiros – em 2017, incrivelmente, os rios Araguaia e Tocantins, em plena Amazônia, ficaram praticamente secos -, além da questão da poluição e da contaminação de muitos rios brasileiros.

Historicamente, a quase totalidade das civilizações e das cidades foi construída às margens dos rios, aproveitando de suas águas para as mais diversas atividades (abastecimento humano, dessedentação de gado, saneamento básico, pesca, irrigação, navegação, geração de energia, lazer, etc.). Desde os tempos remotos, estabeleceu-se uma cultura de se jogar nas águas servidas dentro dos rios, com a falsa ideia de que eles não sentiriam os impactos de tal ato. Após o advento da Revolução Industrial, aliado ao intenso processo de urbanização após a década de 1960, inclusive nos países subdesenvolvidos, as cidades cresceram, e a quantidade de esgoto, também.

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O que se detecta é que a vazão dos rios, em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, não foi e não é suficiente para depurar a sujeira neles lançadas. Tristemente, pelo país afora, em vez de rios, o que encontramos são verdadeiros esgotos a céu aberto, sem tratamento, com fluxo de águas escuras e fétidas, com pouca ou nenhuma diversidade de vida, a não ser de bactérias anaeróbias que “perfumam” o ar de nossas cidades com aquele nauseante cheiro de ovo podre!

Os resíduos sólidos, também, constituem numa praga que assola o ambiente hidrográfico das cidades, seja pela falta de consciência da população, seja pela inépcia do Poder Público. Desgraçadamente, assistimos aos nossos rios tornando-se uma “grande lata de lixo”, com resíduos de todas as espécies: embalagens de plástico, papelão, potes de vidro, garrafas PET, jornais e revistas, objetos de metal, roupas, pneus, sofás e, por incrível que pareça, até automóveis inteiros já foram encontrados! Como consequência de tudo isso, há um aumento considerável do processo de assoreamento nos leitos, o que pode provocar enchentes no período de chuvas.

O nosso Paraibuna, bem como os seus inúmeros afluentes (rios, córregos e ribeirões), localizados nos diversos municípios componentes de sua bacia hidrográfica, não fogem à regra de tudo de ruim do que estamos fazendo com os cursos d’água. Que o Dia do Rio constitua-se numa oportunidade para que façamos uma reflexão e de tomada de consciência da importância da preservação, proteção e, principalmente, da recuperação de nossos cursos d’água!

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