Jovem e política: uma associação que pode trazer consequências significativas. Unidos podem representar a luta por um ideal e, até mesmo, uma revolução movida pela força de quem sonha em transformar o mundo. Caso contrário, preocupação. Questionamentos sobre o futuro são inevitáveis, e as críticas em relação a uma geração já estereotipada como “alienada” tornam-se clichês. Nos últimos anos, o Brasil vive um drama político e uma incessante busca pelo verdadeiro significado de democracia. Debates, fóruns e manifestações ocorrem em todas as esferas. Uma diversa gama de opiniões exige esforço daquele interessado em entender os acontecimentos. E o jovem juiz-forano está disposto a se envolver com este assunto?
Os números apontam uma constante queda na quantidade de adolescentes aptos a votar. Jovens de 16 e 17 anos têm o direito de expressar suas opiniões nas urnas, mas os novos juiz-foranos, cada vez mais, abrem mão de exercê-lo. Em 2016, a Manchester Mineira terá o segundo menor índice de jovens eleitores desde que foi permitido o voto a menores de 18 anos. Apenas 1.592 adolescentes se registraram no Tribunal Superior Eleitoral, número próximo ao do ano de 1996, quando 1.397 requisitaram o título de eleitor – menor marca em anos de eleições municipais.
Em 1992, quando 3.648 juiz-foranos se propuseram a ir às urnas, o país passava por um momento político conturbado, semelhante ao atual. Na ocasião, o então presidente Fernando Collor passava por processo de impeachment em Brasília. A juventude brasileira queria mudança e se engajou em massa nos movimentos. No ano atual, foi a vez de a presidente Dilma Rousseff passar pela mesma situação. Todavia, os números não demonstram um envolvimento jovem parecido com o já visto.
Os porquês dessa diferença podem ser vários. Antes, o “inimigo” era uma figura apenas. Hoje, o problema é vasto. A insatisfação é de todos e com tudo. Outra questão é a intensa associação que a mídia faz entre política e corrupção, ou qualquer outro aspecto negativo. O jovem, que ainda forma sua opinião a respeito do mundo, fica descrente com a realidade brasileira. Escândalos atrás de escândalos. Crimes e mais crimes. A repulsa passa a ser natural.
Neste momento conturbado, a experiência dos mais velhos é fundamental para semear a esperança de dias melhores. O futuro pertence a todos, por isso, falar de política é necessário. Com paciência, “verás que filho teu não foge à luta”.