Em artigo que publiquei tempos atrás, inclusive na Tribuna, comentei os erros de localização deste empreendimento do Estado, agora até chamado de “elefante branco” pela população. Este que seria o sonhado parque de exposições de Juiz de Fora foi desejo do ex-presidente Itamar Franco, e a construção e o término da obra foram realizados no tempo em que Aécio Neves era governador.
As razões do insucesso são inúmeras, e a principal foi uma obra construída totalmente fora das razões técnicas indispensáveis a um parque de exposições para eventos e mostras industriais, comerciais e outros fins. Como exemplo, cito o Expominas de Belo Horizonte, construído no antigo parque de exposições situado no Bairro Gameleira, que conta com vários condicionantes favoráveis. Entre outras razões, podemos enumerar: construção na Avenida Amazonas que conta com várias linhas de ônibus urbanos ou interurbanos, uma linha de metrô na sua porta e uma localização nas margens da chamada “linha expressa” que liga Belo Horizonte a Contagem. Além disso, o Expominas de Belo Horizonte está totalmente dentro da malha urbana.
No caso de Juiz de Fora, na minha opinião, o Expominas deveria ser construído no local vizinho da rodoviária, onde surgiu depois um belo shopping. Outras localizações favoráveis seriam na via logo depois do prédio da Federação das Indústrias – Regional da Zona da Mata e, também, no parque de exposições que existe ali nas imediações. Entretanto corrigir o malfeito nesta altura não é nada fácil. A construção de um falado acesso até o Expominas implicará altíssimos custos e recursos que a Prefeitura de Juiz de Fora não possui. Pelo que observei nos meus 17 anos que residi neste município, é difícil conseguir que a iniciativa privada substitua aquilo que seria da iniciativa do Governo.
Os representantes da Associação Comercial e dos setores de turismo reclamam da demora para as soluções deste problema. Mas solucionar aquilo que foi malfeito não é nada fácil, e a ligação e construção de um acesso que facilitaria tecnicamente e teoricamente o imbróglio é quase impossível de acontecer. A Prefeitura, sem dinheiro e sem condições de maiores gastos, não solucionará o caso no tempo em que deveria acontecer. Fazer obras inadequadas em locais errados é fácil. O difícil é corrigir e conseguir melhorar a situação a curto prazo. Alguém seria capaz de solucionar esse grande problema?
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