Carlos Wilson de Souza Pereira
Colaborador
Na realidade, a sustentabilidade é desconhecida da população, mas muito praticada pelas empresas e indústrias, não por um amor romanceado pelo meio ambiente, mas, sim, por uma questão de produção de bens e serviços, com maior eficiência e maior lucro. Sim, a sustentabilidade gera pouco ou nenhum impacto ambiental e permite agregar maior valor aos produtos utilizados pela sociedade.
Os mais céticos creem que isto é utopia e que a sustentabilidade não seria aplicada a todas as empresas e indústrias do Brasil. Mas o que é utopia? “(…) É a ideia de civilização ideal, fantástica, imaginária. É um sistema ou plano que parece irrealizável, é uma fantasia, um devaneio, uma ilusão, um sonho. Do grego ‘ou+topos’ que significa ‘lugar que não existe’.” Mas seria uma utopia nossa sociedade atual vista pelas sociedades da antiguidade. Dizer às pessoas do século VI que poderíamos viajar em um avião supersônico ou falar em um celular, ou mesmo digitar em um computador portátil, seria classificado superutopia. Mas esta é a realidade que vivemos hoje.
Quando em 1970 descobriu-se que as pessoas pagariam mais por produtos que não impactassem o meio ambiente, foi uma verdadeira bomba, porque o pensamento vigente na época era que as pessoas não se importavam com o meio ambiente. A consequência foi uma corrida das empresas e indústrias em fazer produtos que agradassem estes consumidores. Foi a concretização da “utopia” de um meio ambiente com produtos, bens e serviços bons para a sociedade. Mas naquela época a sustentabilidade estava iniciando. Atualmente, as empresas sabem que produzir com economia e mais eficiência é uma questão fundamental para obter maiores lucros, que são obtidos com valores ambientais. Estes valores ambientais são um selo virtual de que “todos os procedimentos sustentáveis” obedecem a critérios e, assim, pode-se confiar na sua qualidade; ou seja, ao serem consumidos, farão bem à saúde das pessoas e ao meio ambiente em um processo cíclico – ao devolverem para a natureza resíduos que não poluem.
A utopia das cidades sustentáveis é praticada por países e governos que entendem que sustentar o meio ambiente, retirando dele o necessário para o conforto moderno e minimizar impactos ambientais, resulta em excelente qualidade de vida para as pessoas, diminui doenças, aumenta a saúde, qualifica mão de obra e gera uma rede de sustentabilidade que transforma o presente da humanidade em uma sociedade de qualidade. Sim, há muito o que mudar, mas a maior mudança é na mentalidade das pessoas, que entenderiam e praticariam a sustentabilidade não por simples utopia, e sim como uma realidade crescente em nossa sociedade moderna. Sem esta consciência, a humanidade pode agonizar por falta de elementos básicos como água, solos de agricultáveis e extração de riquezas que geram grandes impactos ambientais negativos.
Portanto, se cada cidadão entendesse o valor, o conceito e aplicasse ações de sustentabilidade em sua cidade, isto se tornaria um elo de uma rede urbana sustentável. Veríamos que a utopia é um fato, e não uma fantasia.