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Renove-se sempre

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Há incontáveis tempos, as sociedades comemoram o advento da passagem do ano. Um final automaticamente torna-se recomeço, na súbita magia da substituição no calendário. Por algumas horas ou dias, as esperanças emocionalmente se renovam, carregadas de juras e promessas de novos tempos e novas ações.

Nada ou muito pouco será renovado de fato, sem a educação do sentimento pessoal, visto que é impossível requerer novos tempos de esperança, se a sementeira for de egoísmo.

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Tomemos como exemplo reflexivo a histórica figura do apóstolo Tomé. Por mais emocionado que ficasse com as palavras do Cristo, não conseguia se desvencilhar das pequenas indecisões em matéria de fé; lhe era impossível excluir de sua imaginação o desejo ardente de uma vitória ampla, fácil e rápida do Evangelho, não só para si, mas para o mundo.

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Ao ouvir Jesus dizer: “Vai e não descreias, porque não triunfaremos no mundo somente pelo que fizermos, mas também pelo que deixarmos de fazer, no âmbito das suas falsas grandezas”. Por mais que se esforçasse, sua alma mantinha-se impermeável à Boa Nova, tornava-se um abismo de mistérios a confundir suas emoções para entender que urgente era renovar a si mesmo e não forçar conversão do próximo. Renovar-se pelo modo de sentir, crescer em bondade e entendimento é estender a visão, espiritualizando os objetivos na experiência da vida em comum.

Não há mistério na jornada em busca do progresso, basta que se observem quantas alterações profundas já ocorreram nos sentimentos dos povos realmente educados. Em nossos dias, ninguém joga impunemente com a vida do próximo e ninguém aplaude espontaneamente a crueldade contra a infância, como em tempos passados.

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Através do coração, o ideal de humanidade vem sublimando a mente em muitos ângulos da vida. Mas para a renovação primordial, é necessário mais esforço, não deve nos acontecer como a Tomé que, em sua fé vacilante, ao saber que Maria de Magdala, João e outros companheiros tinham visto o Senhor após a sua crucificação, exclamou: eu preciso ver para crer. Suas palavras de descrença e desconfiança ofenderam de maneira triste seus amigos. Ainda imerso em sua razão fria, seus olhos saltaram diante à luz que surgia penetrando sua alma, era o Mestre que se fazia espiritualmente visível e, estendendo suas mãos, disse a Tomé: “toque em minhas chagas e não te esqueça que é o sinal”. Tomado de enorme emoção, prostrou-se diante de Jesus, agora sim, erguendo-se de Espírito renovado.

Lembremos sempre: os sinais do Mestre nos são mostrados diariamente, na renovação de cada dia, que somados em 365 completam o ano, e mais de três centenas de oportunidade de aprendizado esclarecedor, que nos conduzirá à vitória do coração, do cérebro espiritualmente educado e da fé, bússola de toda a existência.

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