Nos últimos meses, um sentimento denso tem se intensificado nas maiores empresas do mundo. Esse sentimento, ao mesmo tempo energético e estimulante, traz consigo uma boa dose de apreensão. Trata-se das incertezas provocadas pelo avanço acelerado das tecnologias de IA, principalmente as de IA Generativa (GEN AI).
Ninguém sabe ao certo o que ocorrerá nos próximos anos (ou meses). Desde Xi Jinping até Elon Musk, de Joe Biden a Bill Gates, de Angela Merkel a Yuval Noah, ninguém. No entanto, o que todos nós sabemos é que algo grandioso está prestes a ocorrer. Isso é claro e evidente: sabemos que mercados inteiros serão “disruptados”, gigantes cairão e novos surgirão da noite para o dia. Milhões de empregos deixarão de existir e, com sorte, outros tantos serão criados. A IA está alterando até mesmo nossa vida pessoal, desde a maneira como consumimos conteúdo até como nos comunicamos e aprendemos. Trata-se de uma disrupção na sociedade. Alguns comparam esse impacto com o advento da internet ou com a Revolução Industrial, mas eu acredito que seja mais comparável à ‘descoberta’ e controle do fogo.
Sob esse aspecto, a famosa frase “Só sei que nada sei”, atribuída a Sócrates por Platão, nunca foi tão atual. Além disso, a visão de Darwin sobre a adaptabilidade como o grande trunfo da humanidade também é corroborada. No entanto, além disso, há uma nova variável importante nessa lógica: a velocidade. No passado, tínhamos tempo para nos preparar, para ler cenários e criar estratégias de adaptação. Mas esse tempo está se tornando cada vez mais escasso. Agora, o jogo é sobre coragem, assumir riscos e agir com velocidade. Aqueles que não acordarem agora _ e, perceba, não é amanhã, nem daqui a pouco ou logo-logo: é agora _ serão vítimas da IA sem piedade.
Há alguns dias, Satya Nadella, CEO da Microsoft _ que também está na lista daqueles que não sabem exatamente o que o futuro reserva _ publicou sua tradicional carta anual aos stakeholders, abordando assuntos relacionados a esse tema.
Em seu comunicado “Liderando em uma nova era”, Satya destaca a importância da próxima geração de IA Generativa e como ela tem o poder de transformar todos os mercados ao redor do globo. Ele também menciona como a própria Microsoft está adaptando sua estratégia corporativa para uma abordagem “Totalmente IA”.
Não há dúvidas de que esse tipo de tecnologia tem o poder de mudar significativamente nossas vidas. As ferramentas de IA Generativa, como o ChatGPT, por exemplo, podem remodelar todas as categorias de software existentes e influenciar profundamente a forma como as empresas operam.
Satya apresenta a visão de que a IA Generativa terá um impacto significativo na interação entre humanos e máquinas. A capacidade de se comunicar com dispositivos e sistemas usando linguagem natural abrirá portas para níveis inéditos de produtividade e eficiência. Isso significa que os usuários não precisarão mais aprender comandos complexos ou lidar com interfaces complicadas. Em vez disso, poderão se expressar de maneira natural, da mesma forma como fazem com um amigo próximo e especializado em um determinado assunto. A diferença é que, agora, esse amigo será especialista em todos os temas possíveis e imagináveis.
Desafios à vista
Um dos principais desafios que enfrentaremos é a garantia da ética e da responsabilidade no uso dessas ferramentas. À medida que a inteligência artificial avança rapidamente e é amplamente adotada, é crucial estabelecer diretrizes claras para garantir seu uso justo, transparente e inclusivo. Devemos garantir que essas tecnologias beneficiem não apenas algumas pessoas ou empresas, mas sim todos, mantendo a competitividade entre as empresas, a privacidade e a segurança das pessoas.
Outro desafio é a necessidade de desenvolver habilidades e conhecimentos adequados para aproveitar ao máximo a IA. À medida que a tecnologia avança, precisamos nos preparar para incorporá-la em nossa vida profissional e pessoal. Isso significa desenvolver habilidades de aprendizado de máquina e familiarizar-se com as melhores práticas para usar a IA de maneira eficaz.
Além disso, é claro que haverá impactos no mercado de trabalho. Com a automação e a inteligência artificial assumindo tarefas anteriormente realizadas por seres humanos, haverá inevitavelmente mudanças e transformações na forma como trabalhamos. É importante garantir mecanismos e investimentos na requalificação e adaptação dos profissionais para que possam se manter relevantes em um ambiente onde a evolução e a mudança serão constantes. Isso exigirá um esforço conjunto de empresas e governos para garantir que ninguém seja deixado para trás.
Um futuro (que pode ser) promissor
Apesar dos desafios, eles representam oportunidades para evoluir, crescer, aprender e se adaptar. Com a IA Generativa, abrem-se portas para possibilidades incríveis e um futuro repleto de inovação, proporcionando melhorias na qualidade de vida e condições melhores para todos os habitantes da Terra.
A IA generativa está prestes a desencadear uma revolução nos mercados e na sociedade como um todo, promovendo novos níveis de produtividade, eficiência e inovação, reconfigurando fundamentalmente a forma como as empresas operam. É hora de estarmos prontos e preparados para as mudanças que já estão aqui.
E para aqueles que gostam de teorias catastróficas, referências a Skynet e similares, lembrem-se sempre do básico: qualquer tecnologia em si não é boa nem má, tudo depende do uso feito pelas pessoas.
Em breve, voltaremos com a evolução da computação quântica, que fará toda essa jornada pela IA parecer um passeio no parque.
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