Agosto foi o mês escolhido para disseminar informação sobre o aleitamento materno. Dourado, a cor – para que o leite das mães seja comparado ao ouro, enfatizando sua importância. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), amamentar os bebês imediatamente após o nascimento pode reduzir a mortalidade neonatal – aquela que acontece até o 28º dia de vida. O Ministério da Saúde reitera que o aleitamento materno é a forma de proteção mais econômica e eficaz contra a mortalidade infantil, protegendo as crianças de diarreias, infecções respiratórias e alergias, entre outras doenças.
Os benefícios parecem óbvios, mas a cultura da amamentação materna caminha a passos lentos, como indicam números do Ministério da Saúde: em 1986, o percentual de crianças brasileiras com menos de seis meses alimentadas exclusivamente com leite materno não passava de 3%. Em 2008, chegou aos 41%. Atualmente, a amamentação exclusiva chega aos 46%. Por qual (ou quais?) motivo(s) não temos taxas próximas a 100%?
É aí que quero chamar a sua atenção! O quanto você sabe sobre amamentação e é capaz de ajudar uma mulher a amamentar? Quando um bebê nasce, nasce também uma mãe e muitos, mas muitos palpites. A mulher no pós-parto encontra-se fragilizada. Muitos são os hormônios nesta fase, e muita é a ajuda necessária para que esta mãe tenha forças para amamentar de forma exclusiva. É preciso uma rede de apoio efetiva – que ampara, acolhe, inclusive no processo de amamentação.
É de extrema relevância que disseminemos informações verídicas, com comprovação científica, sobre a importância do leite materno, assim como sobre os desafios que as mulheres podem encontrar durante a amamentação. Ter informação é fundamental para que as famílias busquem ajuda, se preciso for.
Há mulheres que acreditam que seu leite é fraco, em função de falsas ideias reproduzidas socialmente. Mas, quando uma mulher está amamentando, o leite que sai de suas mamas foi feito para seu bebê. Sabia que, em caso de nascimento prematuro, a mãe é capaz de produzir leite com características diferentes de mulheres que tiveram o parto a termo? Pois é. A natureza é sábia!
A rede de apoio tem que ser apoio! Além da família e amigos, esta mãe deve ter o direito de contar com orientação multidisciplinar – de pediatras, obstetras etc., seja na rede pública ou privada de saúde. Há também os profissionais que se dedicam à amamentação, como os do Banco de Leite Humano e consultoras.
Rede de apoio também deve ser o local onde essa mãe, que amamenta, exerce a sua profissão. Não é à toa que o slogan da Semana Mundial de Amamentação de 2023 foi “Possibilitando a Amamentação: Fazendo a Diferença para Mães e Pais que trabalham”. O período de retorno às atividades laborais é a fase em que muitos bebês têm contato com a mamadeira e vão deixando o peito, cedendo ao desmame precoce.
Amamentar é um ato de resistência! Não seja alguém para dar mais um palpite. Seja você a rede de apoio necessária para que uma mulher consiga amamentar.