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Será que estávamos preparados para crescer?

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Muitos se perguntam onde vai parar o nosso Brasil, se a situação econômica vai piorar e se o jogo do ego político chegará ao fim. Passamos por uma década de crescimento econômico favorável; crescemos menos do que outros países emergentes,como China e Rússia, mas crescemos. Porém, a verdade é que o ditado é certo; quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza. Um país que se arrasta há anos em corrupção não iria muito longe no quesito crescimento sustentável e, hoje, o que vivenciamos é um país afundado na lama. Um país que deixou de lado por anos o investimento em infraestrutura, deparou-se com gargalos que o impediu de crescer. Como crescer sem portos, aeroportos, estradas, ferrovias e hidrovias? Sem dar lugar merecido à educação? Abandonando seu povo e, principalmente, seus jovens.

Quando começamos a almejar passos maiores, o país se deparou com uma máfia política preocupada com seu próprio umbigo e não com a população. Ganhamos o direito de sediar a Copa e as Olimpíadas. Para muitos, uma boa oportunidade de desenvolvimento e de mostrar para o mundo que o Brasil não é só carnaval, futebol e mulher bonita. Mas nossos amados políticos preferem obras superfaturadas, desvio de dinheiro público e contratos mal feitos. O resultado disso: obras paralisadas em todos os estados da Federação. E o legado da Copa? Esse passou longe.

Um país em que a burocracia impera para favorecer a corrupção; em que as leis são feitas para bandidos e corruptos; em que a impunidade é o carro-chefe do Judiciário. Não é de se assustar quando nos deparamos com a atual situação. O que vivemos é uma questão cultural, fomos colonizados apenas com o intuito de sermos explorados e exterminados; uma herança que vamos carregar ainda por muito tempo. Tentam a qualquer custo dividir o país entre pobres e ricos, mas esquecem que a união de um povo é o melhor remédio no combate a governos corruptos. O circo político está armado há algum tempo, no qual os artistas do povo fazem os seus espetáculos como bem entendem. Cabe a nós sabermos se queremos aplaudi-los ou não. Deixar nos influenciar por uma mídia seletiva, voltada aos interesses editoriais, pode ser perigoso o bastante em um país no qual a informação está concentrada em dez grandes grupos de comunicação.

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A preocupação agora é apontar um culpado e não desmantelar um esquema de corrupção que está enraizado há anos. A corrupção não se restringe apenas à esfera federal; não podemos fechar os olhos para os estados e municípios, onde, na maioria das vezes, ocorre o início das grandes mazelas. É preciso combater os corruptos e os corruptores, é preciso que a impunidade chegue ao fim nesse país.

Pela primeira vez na história, estamos vendo os grandes poderosos serem investigados e presos; pela primeira vez, a Justiça iguala todos eles ao patamar do restante da sociedade. A corrupção não é algo novo no Brasil e pode estar por todos os lugares, seja nas empresas públicas, privadas ou, até mesmo, em nossas atitudes corriqueiras. Para mudar o quadro atual, precisamos mudar primeiro a mentalidade individual de cada cidadão, para, aí sim, pensar em mudar o todo.

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