Estão estranhando o título, não é? Política sempre foi uma desculpa para a ideologia, para a economia, e, ultimamente, até para a religião! Portanto, devo dizer-lhes, repetindo João Lyra Filho, quando afirmou que “tudo é importante por algum tempo, mas nada é importante o tempo todo”, que as demonstrações de violências irretratáveis em todo o mundo têm demonstrado que o diálogo, cada vez mais, constitui, em si mesmo, uma eterna renúncia à agressividade.
E daí, para o que acontece hoje em nosso país, recuperar o valor do povo naquilo que, de fato, representa a verdadeira democracia faz-me estar, também, consciente da necessidade de darmos à política, tão mal usada pelos próprios homens, que Aristóteles chamou de um animal político, um novo complemento substantivo, fazendo do termo político mero adjetivo do significado maior do substantivo político, ou seja, o sentimento político!
E, confesso-lhes, dentro da maior coragem e pureza democráticas, que esse sentimento político, jamais cogitado pelos políticos, está, cada vez mais, entranhado dentro de cada cidadão, portanto, dentro do próprio povo, nesta véspera de eleições municipais, demonstrando, a cada cidadão – e eles estão todos conscientes disto – que a verdadeira cidadania começa dentro de cada cidade, como o próprio termo cidadão já diz, e que nenhuma demagogia usada habitualmente pelos políticos jamais superará a coragem e a pureza dos “novos” eleitores de reagirem aos “velhos” politiqueiros. Esta, sim, a melhor maneira de o povo, de uma vez por todas, mostrar que o governo é do povo, pelo povo e para o povo!
Por tudo que está acontecendo em nosso país, há bastante tempo, temos plena certeza de que chegou a hora e a vez de o povo falar mais alto em nome da própria democracia, obrigando os maus políticos a se reverem em nome da coragem e da pureza democráticas que devem assumir como verdadeiros e corajosos representantes da verdadeira cidadania.
Não tenho qualquer dúvida de que tudo isso se refletirá nas ainda longínquas eleições estaduais e federais. Como diria Lincoln: “I have spoken!”.