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‘Nossa’ violência de cada dia

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A Tribuna mostrou, na edição de 19/08, quarta-feira, uma matéria sobre a nossa violência de cada dia. A manchete chama a atenção: “Dupla em moto mata jovem com seis tiros no bairro JK”. O caso é de um jovem de 21 anos que foi alvejado com seis tiros, disparados pelo carona de uma motocicleta, nas proximidades de sua moradia, na região Sudeste de Juiz de Fora.

Há dados estatísticos que demonstram como cresce o número de casos de homicídios que são cometidos entre os jovens brasileiros. Os casos, geralmente, são relacionados ao uso e ao tráfico de drogas ilícitas. Parecem que são casos sem solução. O que fazer?

As autoridades policiais são enfáticas quando argumentam sobre as limitações que lhes são impostas pela legislação em vigor. E acrescentam sobre as limitações de recursos para o enfrentamento da violência crescente. Segundo estas autoridades, faltam verbas para aprimorar o sistema de segurança pública. Que situação?

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Alguns programas de televisão, nestes anos sombrios de retrocesso, estão ávidos pela “espetacularização” das notícias de crimes violentos, fazendo dos dramas das vidas dos empobrecidos a oportunidade de elevação da audiência. Os dramas do cotidiano da maioria da população só aumentam. Como lidar com isto?

A sociedade vivencia estes fatos com comportamentos que vão da perplexidade à aceitação dos fatos. Uma parcela da população está adaptada à violência, como se esta fosse um elemento da paisagem urbana, e pensa que isto só acontece com os outros. A banalização dos episódios violentos só estimula a reprodução destes em tal escala sem se imaginar como será o futuro.

As vítimas e os agressores são, em sua maioria, os mais pobres, os mais próximos e os mais frágeis. Os erros pretéritos das autoridades são transferidos aos mais fracos. Não temos como deixar de responsabilizar os governos, e em todos os níveis. A política pública para a área de segurança deixa muito a desejar.

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Por ato do então prefeito Custódio Mattos, o CDDH/JF e a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Juiz de Fora foram designados para integrar a comissão organizadora da etapa municipal da 1ª Conseg – Conferência Nacional de Segurança Pública, ocorrida de 25 a 27 de maio de 2009 na Escola de Governo Municipal.

Juiz de Fora estava entre os, apenas, dez municípios de Minas Gerais que tiveram esta etapa. Os critérios se basearam em densidade populacional e no fato de estar desenvolvendo o Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania (Pronasci). Um grupo que trabalhou o tema “Prevenção social do crime e das violências e construção da paz” contou com a presença do CDDH/JF e da Comissão de Justiça e Paz.

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O tempo passou, e eu não tenho notícias de novas conferências para a construção participativa de uma política pública de segurança. Alguns leitores podem achar que este modelo não é bom, mas afirmo que é um método mais democrático. Precisamos retomar este caminho para que tenhamos paz. Não vejo outro itinerário.

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