O arcebispo de Porto Alegre (RS) e atual primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler, foi eleito presidente da CNBB nesta segunda-feira, 24 de abril. Ele estará à frente da presidência da entidade de 2023 a 2027. O arcebispo de Goiânia (GO), dom João Justino de Medeiros Silva, ex-reitor do Seminário Santo Antônio, é o novo primeiro vice-presidente.
Dom Jaime foi eleito em terceiro escrutínio, o qual pede maioria simples dos votos. Dom Jaime será o 14º presidente da conferência. Perguntado pelo atual presidente, dom Walmor Oliveira de Azevedo, se aceita a função a ele confiada pelo episcopado brasileiro, conforme prevê o estatuto, dom Jaime respondeu: “Com humildade, simplicidade, temor e tremor, mas sobretudo na fé, em espírito de comunhão e colaboração, sim!”.
Na 60ª edição da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP), que termina nesta sexta-feira, dia 28, os representantes dos Organismos do Povo de Deus destacaram que a Igreja no Brasil já vive a experiência da sinodalidade, que nas palavras do Papa Francisco “é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio” porque é uma “dimensão constitutiva da Igreja”, mas apontam o desafio de “alargar” ainda mais a tenda para uma caminhada em conjunto.
A presidente da Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil (CNISB), Moema Rodrigues Muricy, presente na 60ª AG CNBB, afirmou que não existe Igreja sem comunhão e sem sinodalidade. Trata-se de “fortalecer e ampliar a experiência que já existe”, apontou o padre André Luiz do Vale, presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP). Padre André insiste na importância de cuidar para que o pedido do Papa Francisco se torne realidade. “Avançar no processo de escuta, de fala, de união e especialmente criar essa comunhão entre todos” é o percurso apontado pelo diácono José Oliveira Cavalcante, presidente da Comissão Nacional dos Diáconos (CND).
A presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), a irmã Elaine Cordeiro de Souza, afirmou que a sinodalidade “é um desafio, mas é um belo projeto do Evangelho”. A presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Sônia Gomes de Oliveira, também apontou que a sinodalidade já é uma realidade na Igreja no Brasil, apontando as assembleias da CNBB como um exemplo, espaço no qual os organismos podem participar com direito a voz. Por outro lado, a presidente do CNLB enxerga a necessidade de alargar a tenda da participação.
A Igreja e a CNBB, enquanto instituição, precisam fortalecer mais o protagonismo dos leigos. Um sujeito eclesial está maduro, que está nas comunidades e tem conseguido fazer coisas bonitas na Igreja e principalmente dando testemunho efetivo de Jesus Cristo e na evangelização na Igreja no Brasil.