São passados 25 anos daquele dia 16 de outubro de 1999, quando recebi a Ordenação Episcopal. Em minha memória estão ainda bem vivas as emoções daqueles tempos em que Nosso Senhor, embora sem méritos de minha parte, me escolheu. Após receber a carta daquele que é hoje São João Paulo II, depois de consultar meus orientadores espirituais e rezar durante os três dias subsequentes, e vindo à minha memória as palavras de São Pedro a Nosso Senhor, Tu sabes que te amo (Jo 21,17), enviei minha carta de aceitação. Com muita tranquilidade e paz na alma, me dispus nas mãos de Deus, escolhendo para lema episcopal, justamente aquelas palavras de Pedro: Scis Amo Te.
Fiquei em São Paulo por cinco anos como Bispo-Auxiliar. Depois, fui nomeado Bispo Diocesano de Jundiaí, onde permaneci de 15 de fevereiro de 2004 a 28 de janeiro de 2009. Por fim, fui enviado pelo Papa Bento XVI para ser Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, onde me encontro, feliz, desde 28 de março de 2009.
De Juiz de Fora que, praticamente, não conhecia até aquele dia em que tomei posse na linda Catedral, só posso dar louvores a Nosso Senhor. Aqui tive, sim, que enfrentar, no começo, alguns calvários que eu não esperava. Onze meses depois da posse, caí gravemente doente e pensei que fosse o fim. Mas Deus não quis me levar e devolveu-me ao ministério.
Aquelas situações dolorosas dos primeiros tempos, contudo, foram totalmente superadas pelas alegrias imensas que pude experimentar com ajuda de tantos membros do clero e uma multidão de leigos das 37 cidades que compõem a Arquidiocese. Isto me faz constatar que tudo é por Deus e para Deus, pois ele nos precede, nos ampara, nos ajuda a toda hora e nos conduz pela mão, também no vale escuro, para águas mais tranquilas e pastos verdejantes.
Os dois sínodos e as inúmeras iniciativas pastorais, espirituais, comunitárias e administrativas que essa linda Igreja tem me proporcionado são, para mim, um enorme presente que Deus me tem oferecido, não obstante minhas grandes fragilidades, que conta apenas com minha fé inabalável, minha boa vontade e minha confiança total no Senhor.
Marca minha caminhada vocacional, a oração diária do Terço de Nossa Senhora desde criança. Tem sido para mim um carinhoso afeto da Mãe de Jesus, a missão de acompanhar, já há 12 anos, o extraordinário movimento do Terço dos Homens, como Bispo Referencial da CNBB.
Meu coração exulta de alegria em meu Deus, agradecendo pelos 25 anos de caminhada episcopal, quando já entro no processo de despedida, para a emeritude daqui a um ano, quando muito feliz entregarei à mãe Igreja a missão de pastoreio, cheio de amor e gratidão ao Bom Deus por tudo o que me proporcionou e ainda proporcionará.
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