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Lourenço Baeta Neves e JF

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O engenheiro Lourenço Baeta Neves (1876-1948), nascido em Ouro Preto, com formação em engenharia civil, de minas e metalurgia (1899), teve uma trajetória profissional marcada por três atuações distintas na cidade de Juiz de Fora: em 1915, quando trabalhou na criação de um plano de saneamento para a cidade; em 1920, quando desenvolveu, sozinho, uma revisão deste plano; e, no final desta década, ao atuar como superintendente de obras estaduais na cidade.

Em 1915, o presidente da Câmara de Juiz de Fora, Oscar Vidal, convidou os engenheiros Francisco Saturnino Brito e Lourenço Baeta Neves para desenvolverem um Plano Geral de Saneamento da Cidade de Juiz de Fora, que seria uma revisão da estrutura existente. Os temas relevantes apresentados pelos engenheiros foram: a necessidade de um plano diretor como uma maneira de restringir a ocupação de construções às margens dos mananciais, evitando inundações, implantação de hidrômetros e criação de projetos para sanar os problemas de inundações do rio, isso sem citar a preocupação com o abastecimento e esgoto. Por questões financeiras, o projeto não foi colocado em prática, sendo executadas algumas modificações urgentes no sistema.

Em 1920, Lourenço Baeta Neves foi novamente convocado para rever a situação de abastecimento e esgoto de Juiz de Fora, em que propôs novas soluções que, da mesma forma do primeiro plano, de 1915, não foram executadas por questões financeiras. Ao assumir o cargo de presidente do Estado, em 1926, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada deliberou a organização de um plano de melhoramentos para Juiz de Fora, e, para isso, convidou Baeta Neves para fazer estudos, projetos e orçamentos para as obras que achasse necessárias. Assim, durante o ano de 1927, Baeta reiniciou seus trabalhos na cidade.

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Dentre os serviços planejados, pode-se avaliar que a ênfase foi dada para a construção de edifícios escolares: ele projetou e executou os grupos escolares Fernando Lobo, Antônio Carlos, Duarte de Abreu e a Escola Normal. Nos grupos escolares destacam-se a organização funcional e a preocupação da aplicação de regras sanitaristas. Mas o seu momento mais significativo foi a reabertura da Escola Normal, que demonstrou o distanciamento do viés eclético das primeiras escolas republicanas. Além disso, a modernidade da edificação também poderia ser representada na escolha do sistema estrutural em concreto armado que, na época, era considerado uma inovação. Apesar da demolição de parte dos braços da edificação, em 1970, para abertura da Avenida Independência, hoje Itamar Franco, a representatividade desta edificação foi reconhecida por meio de tombamento municipal.

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