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Já dizia Winston Churchill…

Por Matheus Brum, jornalista
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O mundo foi duramente surpreendido, no mês de agosto, com os ataques de supremacistas brancos, racistas e neonazistas, em Charlottesville, na Virgínia, Estados Unidos. O grupo, que reunia tudo o que há de ruim no mundo, no que tange ao preconceito, mostrou, para muitos, que pessoas com estes pensamentos estão se unindo. Em alguns países europeus, vira e mexe surge alguma manifestação da extrema-direita, aumentadas no período de crise das imigrações do Oriente Médio. Inclusive, partidos com este posicionamento radical cresceram substancialmente no Velho Continente, após a crise econômica de 2008. Na Grécia, neonazistas conquistaram cadeiras no Parlamento, nas eleições de 2012; na Alemanha, palco original da ideologia de Adolf Hitler, o Partido Neonazista Alemão conquistou uma cadeira na Eurocâmara (Parlamento Europeu).

Ao longo da história, pode-se comprovar o aumento do conservadorismo após graves crises financeiras. E, quando começa a avançar na liberdade das pessoas, através dos seus grupos étnicos, precisa ser combatido. Em 1940, Winston Churchill, então primeiro-ministro britânico, discursou para a Câmara dos Comuns (similar à Câmara dos Deputados) após perder a Batalha de Dunquerque, um dos principais confrontos da Segunda Guerra Mundial, e que representou a superioridade dos alemães diante dos Aliados, culminando na rendição da França, pouco tempo depois. Na fala, Churchill disse a seguinte frase, considerada uma das mais importantes da história: “Lutaremos nos mares e oceanos, lutaremos com confiança crescente e força crescente no ar, defenderemos nossa ilha, qualquer que seja o custo. Lutaremos nas praias, lutaremos nos terrenos de desembarque, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas; nunca nos renderemos”.

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E é justamente isso que precisamos fazer hoje (leia-se “luta” não no sentido armado, mas, sim, de ideias). O combate ao preconceito, ao racismo, à xenofobia, ao machismo, à perda de direitos sociais, etc., precisa ser feito em todos os locais. Podemos acrescentar à fala do ex-primeiro-ministro as redes sociais, locais onde muitos, covardemente, expõem seus ódios, com a certeza da impunidade.

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A nossa luta, no Brasil, já começou. Ainda, felizmente, não temos manifestações como as registradas nos Estados Unidos. Mas lidamos com um preconceito que está enraizado dentro da cultura nacional, apesar de sermos o país da miscigenação. Quantas etnias passaram pelos campos e pelas cidades? Dezenas, para não dizer centenas. Vivemos em tempos de ataques aos direitos sociais, com reformas que passam sem consentimento da população, cortes em programas assistencialistas, falta de investimento em saúde e educação, entre outros problemas. Nossa luta por dias melhores tem que acontecer diariamente, em todos os locais possíveis. Apenas através da luta poderemos construir uma sociedade mais justa e igual para todos. Que Churchill possa nos servir de inspiração nestes momentos terríveis.

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