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‘Não nos deixeis cair em tentação’

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Na oração dominical, Jesus nos ensinou a buscar o Pai, em atitude de confiança e submissão à Sua vontade. Nesse trecho, destaca-se o pedido de forças para resistir às más sugestões do caminho, e vale nossa reflexão para que, com equilíbrio, venhamos a perceber que as más influências procedem do mundo exterior, mas também do mundo íntimo, daí nossa responsabilidade significativa quando o assunto é a tentação.

Nesse sentido, Emmanuel, em mensagem por Francisco Cândido Xavier, sobre as tentações, afirma que “as mais terríveis tentações decorrem do fundo sombrio de nossa individualidade, assim como o lodo mais intenso, capaz de tisnar o lago, procede de seu próprio seio”. Ou seja, não somos seres angelicais vítimas das tentações. As influências externas encontram ressonância em nosso íntimo, nos desejos pessoais, assim como nossas opções revelam o mal que ainda trazemos, de um pretérito próximo ou distante, cujas forças desequilibradas reclamam por reajuste.

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Conforme esclarece-nos a Doutrina Espírita, cada imperfeição é uma porta aberta às más influências, às tentações. Sendo assim, é sobre nós mesmos que devemos dirigir nossos esforços. O homem cria o mal, quando se afasta das leis divinas e pelo mau uso que faz da liberdade que Deus o concede.

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Como espíritos eternos que somos, trazemos a prerrogativa do livre-arbítrio, que se desenvolve à medida que o espírito adquire a consciência de si mesmo. Por isso, a importância de desenvolvê-la para o exercício da liberdade de escolha, que é determinada pela vontade do espírito. Assim, a luz e a sombra estão dentro de nós, e, de acordo com o progresso a que tenhamos alcançado, trilhamos este ou aquele caminho, podendo sempre melhorá-lo.

Através da consciência de nossa parcela viva nas engrenagens da vida, reconhecemos, no dizer de Emmanuel, nosso fundo sombrio. Nas raízes de nossas tendências, encontramos material para reflexão e reajuste. Na convivência familiar, nas relações pessoais, nos pensamentos e nas ações que imaginamos longe dos olhos de todos, encontramos sugestões de inferioridade. E aí está o trabalho a ser realizado.

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Dona Isabel Salomão de Campos, em suas orientações e preces, destaca que não somos do mundo, estamos no mundo. Dessa forma, pensemos no material de aprendizagem que se nos revela a cada dia no abençoado decurso do tempo, a fim de que, vencendo as tentações dos erros e hábitos passados, distanciados do bem e da luz, busquemos fixar em nossa vida os valores da boa vontade, do serviço, do perdão e do bem.

Diante dos processos das tentações e do mal, faz-se necessária nossa proposição em vigiar e orar, assim como nos ensinou o Mestre: cuidado e oração, aproveitamento das lições de cada dia, vivência do bem e trabalho edificante. Busquemos Jesus como o timoneiro no barco de nossa vida, seguindo seus ensinamentos e nos fortalecendo na luz da oração: “Eu sou a luz do mundo – quem me segue não anda em trevas.”

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