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Líder político ou de audiência?

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As convenções partidárias para a confirmação das chapas eleitorais de todos os partidos, em todo o país, deixam evidente que o Brasil ainda terá um longo caminho pela frente até consolidar-se politicamente. Não há qualquer indicativo de que estamos formando uma elite política de qualidade e de que, finalmente surgirá, nesse deserto, alguém que possa ser chamado de líder, capaz de encabeçar um processo de mudanças que nos façam deixar de ser “o país do futuro”, como não se cansam de proclamar os demagogos, para passarmos a ser país do presente, que garanta a oportunidade de crescimento e sucesso de todos os seus cidadãos que queiram avançar. Que assegura educação, saúde e empregos aos que buscam isso. Que não precise de criar programas ditos sociais para dar esmolas aos seus famintos.

Já disse aqui e repito: o grande mal causado ao país pelo regime militar foi afastar os bons da política. Não estimular – bem ao contrário – a renovação. Desde então, não vimos efetivamente o surgimento de alguém que seja líder que possa, como fez Churchill, dizer ao povo “só tenho a oferecer sangue, trabalho, lágrimas e suor” e, mesmo assim, ver o povo inglês acompanhá-lo até o final da guerra.

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As poucas promessas de liderança que surgiram no país após os anos 1980 acabaram sufocadas por um populismo desmedido que causou o desencanto e a alienação popular. Hoje os partidos não se preocupam em formar lideranças, em escolher e incentivar os que têm perfil para atividade de servir ao povo. Pessoas realmente dedicadas às causas populares e com espírito público além, claro, de honestas e com formação política.

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Aos donos dos partidos interessa, basicamente, os que têm popularidade e audiência, que possam, enfim, puxar votos de um eleitor alienado e sem compromissos. Que não cobram dos eleitos e que apenas ficam pelas esquinas xingando os políticos para, na próxima eleição, votar neles novamente.

Esse quadro, como destaquei acima, além de não apresentar qualquer sinal de reversão, é um fenômeno que vai ganhando contornos de mundial. O nível de informação de qualidade oferecido à população é cada vez pior, embora a informação hoje seja ofertada aos borbotões, para bilhões de usuários de internet em todo o mundo. Hoje, estima-se que cinco bilhões de pessoas tenham acesso a redes sociais e que 73% desse total usem esses acessos para se informar sem que haja, por parte do emissor, qualquer compromisso com veracidade dos fatos ou fundamentação das opiniões emitidas.

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