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Nós, a política, a crise e o futuro

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Enquanto permanecemos alheios à participação política, odiando-a, negando-a e achando que ela não interfere em nossas vidas, nosso país segue a passos largos rumo ao maior retrocesso da história, desde os tempos da colônia. As ações do Governo Temer denotam a total desconsideração pelos valores, princípios, instituições, leis etc. que carregavam inspirações e práticas profundamente avançadas, qualificadas com as aspirações sociais e políticas mais modernas que pudemos conceber através do humanismo, da justiça social, dos direitos humanos, do trabalhismo, da inclusão, da cidadania e da democracia.

Dilma cometeu muitos erros, sobretudo em matéria de gestão pública e articulação política, porém, permaneceu firme na defesa das conquistas mais significativas dos últimos 13 anos, mesmo diante de um cenário de crise econômica mundial que afetou o Brasil fortemente e que permanece ainda sem prognósticos otimistas.

É evidente que a crise se agravou muito em função da queda de popularidade da presidente, promovida em grande medida pela ação descabida e espúria da grande mídia, em parceria com a parte da classe política cujos interesses corruptos foram contrariados pela honestidade da chefe do Executivo, que sempre defendeu e apoiou a ampla e livre investigação promovida pela Polícia Federal e o Judiciário, para combater a corrupção.

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Deu no que deu: impeachment sem provas, sem crime, sem dolo, efetivado num processo escandalosamente injusto, manipulado e notoriamente golpista, denunciado por juristas, entidades, artistas, manifestações, imprensa internacional e organismos também internacionais, pois, no Brasil, infelizmente, o que transparece é que a honestidade não é a melhor política.

O Governo Temer, levado ao poder por panelaços e por gritos seletivos de “Fora, Dilma”, “Fora, PT”, “Fora, corruptos”, a cada dia mostra sua face mais maléfica e hipócrita, nomeando corruptos contumazes, plutocratas aliados do capital, defensores do estado mínimo, da “meritocracia” e da privatização, avessos aos direitos humanos em geral e aos direitos políticos, sociais e trabalhistas em particular, com foco exclusivo na visão economicista, onde o que importa não são as pessoas, mas apenas os números e as estatísticas, tudo muito bem coordenado para agradar aos investidores e especuladores.

Se o seu alvo, ao protestar e defender o impeachment, era acabar com a corrupção, sinto muito, mas seu esforço foi infantil e talvez até hipócrita, pois o assalto aos cofres públicos continuará firme e forte, talvez mais forte ainda, posto que agora não encontrará tanta resistência e rigor nas apurações, como vinha acontecendo até recentemente.

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