A entrega da restauração do Palacete Santa Mafalda pelo governador Romeu Zema nesta sexta-feira (24) é uma obra de ganho real para alunos e servidores do Grupo Central – mas também é cercada de grande valor simbólico. Em tempos de ricas discussões sobre o que deve ser de uso público e privado, inclusive em relação aos representantes eleitos, a sede da E. E. Delfim Moreira é fonte de uma grande lição.
Segundo a história, o prédio foi construído por volta de 1850 pelo Comendador Manoel do Vale Amado para presenteá-lo a Dom Pedro II, que visitaria Juiz de Fora pela primeira vez. O imperador utilizou o palacete apenas em uma oportunidade, recusando, posteriormente, a oferta do imóvel como presente, dizendo que ele deveria se tornar escola ou obra de caridade. Dito e feito. A recusa contrariou o comendador, que lacrou tudo e disse que a casa jamais seria habitada – no entanto, o imóvel, anos depois, foi doado a uma instituição de caridade (à Santa Casa) e depois comprado para se tornar uma escola, o primeiro Grupo Central de Minas Gerais.
O Palacete ficou fechado por 40 anos naquela época, e por dez nos últimos anos. Em 2013, foi interditado para arrumar um vazamento no telhado de duas salas, e o prazo para a reforma acabou se estendendo. Em 2017, no meu primeiro ano como vereador, fui procurado pela comunidade escolar para agir sobre o tema e descobri que, pasmem, nem o projeto tinha sido feito. Fui autor de uma audiência pública que desengavetou o processo – e o coloquei embaixo do braço. Ao lado da diretora Letícia, estive em diversas reuniões: com a Superintendência, Funalfa, Corpo de Bombeiros, me encontrei com o secretário de Estado de Educação da época, acompanhei a licitação em BH, e propus ao ainda candidato Zema que assinasse um termo de compromisso pela reforma do Palacete.
Assim como fez com o Palácio das Mangabeiras na capital, o governador está cumprindo a visão de Dom Pedro II: o Palacete deve servir à população. À comunidade escolar, que é a protagonista absoluta dessa conquista, meus parabéns. Faixa de inauguração ao chão, livros na nova biblioteca, alimentos na nova cantina e os alunos de volta às suas carteiras. O palácio secular está de volta à realeza que merece usá-lo.