Nessa semana começou a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2019, com a participação de milhares de pessoas de todo mundo, inclusive vários jovens de nossa arquidiocese, que foram acolhidos por diversas famílias “com um imenso carinho”, conforme disse um deles em suas redes sociais.
A missa de boas-vindas aos peregrinos foi celebrada pelo arcebispo do Panamá, lugar que acolhe o evento este ano e que foi a primeira diocese em terra firme do continente americano. O lema da JMJ recorda o imperativo obediente de Maria: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra” e, em sua homilia, dom José Mendieta recordou aos jovens o exemplo de disponibilidade aos planos de Deus de Maria, Mãe de Jesus, e afirmou que a santidade é possível. Disse que a Igreja está à espera desta primavera juvenil, confiante e convencida de que os jovens, de mãos dadas com seus avós e pais, poderão transformar, com a alegria do Evangelho, aquelas situações de injustiça e de desigualdade que ferem a sociedade.
O bispo também recordou que essa foi a grande mensagem do 1º Encontro Mundial da Juventude Indígena, que se realizou na semana anterior e que teve por lema: “Assumimos a memória do nosso passado para construir com coragem a esperança”. Em vídeo, o Papa Francisco encorajou os participantes ao desejar que “o encontro sirva para refletir e celebrar sua fé em Jesus Cristo a partir da antiga riqueza de suas culturas nativas,(…) e seja uma oportunidade para serem gratos pela história de seu povo e corajosos, para enfrentar os desafios em torno deles, para seguir em frente, cheios de esperança na construção de um outro mundo possível”.
Com a chegada do Santo Padre ao Panamá, seguiram-se diversas atividades e importantes mensagens. Depois de ter uma reunião com o presidente do país, o Papa Francisco se encontrou com as autoridades civis, aos quais exortou a mostrar aos jovens que o serviço público é sinônimo de honestidade, e não de corrupção. Destacou que os jovens exigem de todos, “a começar por quantos se dizem cristãos”, “a ousadia de construir uma vida política verdadeiramente humana, que coloque a pessoa no centro como coração de tudo” e “que tenham uma conduta conforme a dignidade e autoridade de que estão revestidos e que lhes foi confiada”.
Ao se dirigir aos bispos, o Papa Francisco destacou a figura de Santo Óscar Romero, observando que seu “legado invoca a santidade e o caráter profético que vive no DNA” da Igreja na América Central, dizendo que este deve ser um exemplo a ser seguido por todos os bispos. “O pastor (…) deve aprender e escutar as pulsações do coração do seu povo, sentir ‘o odor’ dos homens e mulheres de hoje até ficar impregnado das suas alegrias e esperanças, tristezas e angústias e, deste modo, compreender em profundidade a Palavra de Deus”, explicou o Pontífice.
O ponto alto desses primeiros dias foi o discurso do Sumo Pontífice aos 250 mil peregrinos que participaram da cerimônia de abertura da JMJ, em que assegurou que “o amor de Deus entende mais de levantamentos que de quedas (…), é um amor que não marginaliza nem obriga a estar calado, um amor que não humilha nem subjuga, (…) mas que cura e eleva”. Assinalou que a Igreja quer “redescobrir e despertar” junto aos jovens “a novidade incessante e a juventude da Igreja, abrindo-nos a um novo Pentecostes”. Disse que o esforço para estarem ali faz deles “verdadeiros mestres e artesãos da cultura do encontro” e os exortou a manter “vivo aquele sonho que nos faz irmãos e nos convida a não deixar congelar o coração do mundo.” A Jornada da Juventude é a própria Igreja em marcha para o seu futuro, que não quer ver repetir os erros do passado e que tem a esperança como seu maior presente.