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Libertação ainda e sempre!

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Se a liberdade é condição da própria humanidade, não haveria de ser necessário falar em libertação. Mas ‘embora nasça livre, por toda parte o homem se vê preso a grilhões’… mais até do que o filósofo imagina! Só teme a libertação quem tem as chaves dos grilhões!

O testemunho de Jesus foi a seu tempo, e permanece até hoje, um potente clamor contra toda forma de prisão, de opressão e de julgo. Não por outra razão mais forte que essa foi preso, julgado e condenado à morte, dando sua vida para que todos tenham vida, e vida em plenitude. Pois sim, Jesus “Jesus de Nazaré que, após deixar João Batista penitencial, volta à sua terra natal e se compromete a fundo com o povo pobre”. Ele fez a opção preferencial pelo pobre para lutar por sua libertação.

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Nesta semana, morreu Gustavo Gutiérrez, o grande padre peruano, um dos primeiros teólogos a formular e a animar, a partir dos processos sociais e eclesiais da década de 1960, no contexto da recepção criativa do Vaticano II, a teologia da libertação, a primeira teologia diferente da matriz europeia. Por ter sido a primeira e gestada desde a periferia e o reverso da história, logo fizeram dela uma teologia mártir.

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Sua obra pioneira – Teologia da Libertação. Perspectivas – é um tratado de teologia fundamental, de uma teologia que inova em relação às demais teologias, por mudar de natureza (um discurso da práxis da fé), de lugar (as periferias e os pobres) e de função (contribuir com a libertação). Foi chamado a se explicar pela Congregação da Doutrina da Fé, mas nunca foi condenado.”

“A espiritualidade, a pastoral e a teologia de Gustavo encontram-se não no diálogo com o poder, seja político, econômico, social ou eclesiástico, mas na sua crítica radical e profética (…) num lugar do “não poder” e dos destituídos. (…) Assim como o lugar social de Jesus não foi a Jerusalém do Templo, do Sinédrio e dos Sumos sacerdotes, mas a ‘Galileia das nações’, submetida à exploração econômica e social dos romanos”, escreveu Pe Beozzo. Foi na periferia de Lima, o chão onde pisava, reduto do povo miúdo, em sua maioria indígena, a quem servia como pároco, que Gustavo meditou, pensou e compartilhou a sua teologia, como alimento, sustento e esperança para os pequenos.

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Nosso reconhecimento, como dever de memória viva, a sua grande contribuição para uma luta que ainda se faz necessária nas várias franjas do mundo. Como Papa Francisco disse ao próprio sacerdote em carta pelos seus 90 anos, vamos nos unir a sua ação de graça e agradecer “por quanto tem contribuído a Igreja e a humanidade, através do seu serviço teológico e de teu amor preferencial aos pobres e aos descartados da sociedade. Obrigado por todos os teus esforços e por tua forma de interpelar a consciência de cada um, para que ninguém fique indiferente diante do drama da pobreza e da exclusão.”Libertação ainda e sempre!

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