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Uma selfie por todos

Por Manoelina Aparecida de Almeida, Estudante de jornalismo da Estácio/JF
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Basta esticar os braços, posicionar a câmera frontal do celular e pronto: a selfie foi realizada. Querer aparecer é uma estratégia de enfrentamento adotada em busca da aprovação do outro. É interessante refletir que a busca por reconhecimento está na base de toda a trajetória de vida das pessoas.

Os desejos e o que é feito no cotidiano estão norteados por uma busca incessante em receber o amor do próximo. Compartilhar momentos e atualizar os amigos das suas próprias atividades em tempo real acaba trazendo uma satisfação emocional. Há coisas que são dispensáveis, que não interessam a ninguém, mas mesmo assim são postadas.

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Esta evolução ou até retrocesso do comportamento humano em relação à tecnologia, no entanto, desenvolve em algumas pessoas um vício de autorretrato. A utilização de vários elementos para fazer uma imagem idealizada de nós mesmos é a tentativa de vender para o outro as boas relações cabíveis ao ser humano, como a ideia de que a vida é feliz e divertida.

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Somos verdadeiramente animais sociais e necessitamos ser curtidos pelos nossos amigos. O ser humano é obcecado pela aparência independentemente da faixa etária do autor da fotografia.

O autorretrato remete à civilização em que o homem sempre tentou se autorretratar em muros de pedra e mais tarde em quadros. A chegada da máquina fotográfica digital mudou os quadros. E, logo em seguida, a selfie ganhou vida. Todas estas atitudes gravadas nos momentos íntimos da vida se relacionam muitas vezes com Narciso, personagem mitológico, que não estava interessado em divulgar sua imagem, mas em apreciar sua forma mais bela.

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O fim terminou quando deixou de viver para apreciar somente sua beleza externa e morreu. O próprio dispositivo induz a um certo exibicionismo, é um encaixe perfeito, como os encaixes narcísicos.

Não importa a quantidade de curtidas e comentários positivos em uma foto, a insatisfação que o moveu a querer ser amado e admirado continuará ali presente. O vazio que as pessoas tentam preencher com uma selfie não será suprido pela quantidade de visualizações que a foto recebeu, pois a insatisfação só se dá internamente. O contato humano tem atravessado momentos virtuais, e a vivência do momento presente está cada vez mais se perdendo atrás de telas de celulares. Realmente, isto parece uma doença virtual, real.

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