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Fio de prumo

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IRIÊ SALOMÃO DE CAMPOS, COMUNIDADE ESPÍRITA A CASA DO CAMINHO

Das civilizações mais remotas aos dias presentes, o ser humano, preocupado com sua evolução e o efetivo valor da vida, debate-se na dialética existencial entre corpo e espírito, o que tem resultado em estudos e pensamentos filosóficos, aceitos e combatidos ao mesmo tempo, mas que de fato influenciam uma ou mais gerações.

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Assim, a mente humana foi se tornando fragmentária, afastando-se da linearidade das leis universais, mal consegue pensar que tudo se encadeia no Universo. Assombrados pelo eu, nos isolamos entrincheirados na ilusão do egoísmo, para enfrentar os outros homens, o mundo e muitas vezes a espiritualidade amiga e a própria divindade suprema, Deus.

Medimos as coisas de nossa vida com a pequena fita métrica de nossos conceitos firmados no vacilante fio de prumo de nossa razão. Muitas vezes, acolhemos o pensamento de Protágoras, ao dizer que o homem é a medida de tudo; lembremos que o homem somos nós. Assim, filosoficamente, justificamos nossas atitudes egoísticas, esquecidos do pensamento platônico, ao dizer que Deus é a medida de todas as coisas. Pensar em Deus requer paciência, serenidade, carinho e sutilezas para as quais afirmamos não ter tempo, nesta sociedade aflita e apressada. Então surge Jean Paul Sartre, filósofo característico de nosso tempo, que afirma que “os outros são um inferno”. Estamos entrelaçados por fortes liames familiares e vivemos em sociedade com os outros, portanto, no inferno.

A bondade divina, através dos ensinos de Jesus, vem nos lembrar de que não somos apenas homens, somos espíritos em marcha de evolução, situando-nos na zona intermediária entre animais e espíritos mais equilibrados, distantes ainda da perfeição, mas perfectíveis. Nossas angústias, nosso tédio e desespero decorrem do conflito entre a vida física, que nos prende à terra, e a espiritual, que nos eleva e impulsiona ao mais alto.

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Enquanto o corpo se isola do mundo, fechando-se no materialismo, comprimindo e reduzindo suas sensações, o espírito, que anima esse mesmo corpo, deve se encher de esperança, alimentar-se das claridades celestes absorvidas nas mensagens superiores que nos chegam através dos mensageiros do Cristo. Se o corpo se embrutece, perde uma oportunidade para que Deus fale ao coração e possa assim ouvir suas nobres lições, afastando-se dos imediatismos terrenos, para descobrir que os nossos problemas e dificuldades não se encontram nos outros ou em suas palavras, mas em nós mesmos. Para tal, sigamos os exemplos de Paulo, o Apóstolo, que tudo sintetizou em três ações: “Ame, trabalhe e perdoe”, para que a vontade do Pai se faça em nosso coração.

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