Para quem gosta de analogias ou “viagens” históricas, podemos dizer que o país vive um momento, com ou sem teorias da conspiração, de “descobertas” de medidas políticas, mais que judiciais, um tanto quanto estranhas divulgadas como se jogadas no ventilador. Tão estranhas que me dei o direito de chamá-las de “Glennost” (alusão às medidas políticas russas da década de 1980, a Glasnost, que significa, ipsis litteris, “transparência”).
Glenn Edward Greenwald, um dos fundadores do The Intercept, utilizando-se do modus operandi de Moro e cia. (sim, eles deixaram entender um dia que o vazamento, mesmo que ilegal, se com intuito de esclarecer conteúdo, não teria problema), traz certa “transparência” para um jogo/campo político que era considerado “limpo”, inclusive eleito, em parte, pelo discurso da “limpeza” deste Brasil verde (green) “pela própria natureza”.
Agora, pelo menos para quem tem o prumo da legalidade e da moralidade como medidor de equilíbrio de opiniões proferidas, surgem algumas perguntas: se é pela transparência das atitudes daqueles que nos regem, o conteúdo é ou não válido? Qual é o intuito desse game político? Por que anteriormente houve impedimento de exercício de função pública baseado em áudios liberados à margem da lei e agora, até o momento, não houve? A ilegalidade é ou não inimiga para os atuais donos das “manetes”?
Observação 1: o título deste texto é o mesmo de um game, também russo, chamado Green Hell, ou inferno verde, no qual o participante desmemoriado precisa sobreviver na Amazônia brasileira. Os atuais governantes green-amarelos, estando a descoberto, sobreviverão a isso, apelarão à falta de memória, ou a eles acontecerá o mesmo que calhou aos red players?
Observação 2: no futuro, caberá ainda alguma digressão – adianto – sobre ideologias verdes ou vermelhas, acerca do que chamo de “Guedestroika” ou a reestruturação econômica via Paulo Guedes, como alusão a outra medida, igualmente econômica e russa, dos anos 1980, a Perestroika.
Enquanto isso, literalmente, assistimos ao game, não tão novo, da política dos submundos. O cenário é as profundezas da troca de mensagens entre um então juiz e um procurador, via Telegram (rede social russa), com ideias sub judice (ou seriam subterrâneas?). Um dia disse Moro que “o problema não era a captação do diálogo e a divulgação do diálogo, mas era o diálogo em si, uma ação visando burlar a justiça”. Neste raciocínio, sejam elas hackeadas, surrupiadas, vazadas, printadas etc., o que importa é a transparência de atalhos que interfiram no jogo!
Cabe ressaltar: no game russo, o jogador perde a memória, e o objetivo único é sobreviver naquele mundo verde misterioso! Perderão a memória também os atuais jogadores somente para sobreviverem como tais?