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Cidadania

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Com o fim do que muitos chamaram “ditadura militar”, desde 1985, a palavra cidadania é uma das mais pronunciadas por nós, brasileiros e brasileiras, como a “Self” para o resto do mundo. Até apelidaram a nossa última constituição como “Constituição Cidadã”.

Dentro de uma lógica que advém de países como Inglaterra, EUA e outros, em que realmente o povo exerce a sua cidadania, visualizamos no Brasil que algo anda errado, explico: uma pessoa para que realmente seja cidadã necessita de três pilares básicos, nesta ordem: direitos civis, aqueles fundamentais à vida, à liberdade, igualdade perante a lei……São direitos cuja garantia se baseia na existência de uma Justiça independente, eficiente, barata e acessível a todos. Direitos políticos que, muito simploriamente falando, referem-se à participação do cidadão no governo da sociedade, de organizar partidos, de votar e ser votado e por fim os direitos sociais como o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, à aposentadoria digna. A garantia deste último liga-se intimamente à existência de uma eficiente máquina administrativa do Poder Executivo, motivo pelo qual estamos bem aquém do verdadeiro cidadão e cidadã.

O que vemos nos países mais evoluídos no tocante à cidadania é que a educação em massa e com qualidade foi a mola mestra que acompanhou toda a cronologia anterior e desencadeou com mais rapidez e coerência o papel fundamental do “ser cidadão” na consolidação eficaz do pleno direito de exercer a sua própria cidadania, sem engodos.

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Pois bem, no Brasil o modelo ideal, de origem inglesa, para se tentar atingir a cidadania, não foi seguido, com duas grandes diferenças: a primeira é que se deu grande ênfase a um dos direitos, o social, em relação aos outros. A segunda refere-se à alteração na sequência em que os direitos foram adquiridos: entre nós o social precedeu os outros. Como havia lógica na sequência anteriormente mencionada, uma alteração dessa afeta a natureza da cidadania. É notório que, quando falamos de um cidadão inglês, ou norte-americano, e um cidadão brasileiro, não estamos falando exatamente da mesma coisa, dos mesmos princípios, dos mesmos padrões de comportamento da mesma educação e cultura. Não se vai a uma passeata democrática armado de paus e facões.

É bem verdade que muitas vezes os caminhos percorridos para se chegar à cidadania nos diferentes países se divergem e, mais ainda, como no nosso caso, tortuosos, ainda mais com um déficit educacional, que nos torna ignorantes na resolução de problemas. Alguns ainda insistem, só para exemplificar: foram abertas nos cursos de medicina na última década muitas vagas, mas o “médico” não sabe prescrever uma dipirona, e muito menos escrever com correção gráfica. Em outras especialidades, a mesma coisa…. A manipulação de massas se torna mais eficiente quando o povo é ignorante.

Vivemos num país, onde não sabemos votar, muitos simplesmente fazem um “X” na frente de um nome, que tampouco é um cidadão, pois não temos ou não tivemos a educação necessária, de conhecimento profundo, isenta de ideologismos para exercermos este ato importante. O nepotismo vigente, a troca de interesses, a corrupção, o levar vantagens, uma cesta básica são mais do que suficientes para que votemos em a ou b e nos esquecemos que maior do que nós é o país que nos acolhe, onde vivemos e viveremos, onde as futuras gerações receberão de nós o que plantamos. No livro Sagrado, está escrito: “porque não se colhem figos de espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam uvas, pois cada árvore é conhecida pelas frutas que produz. Reflitam, se for o caso!!!

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