É engraçado refletir sobre o mundo em que vivemos. A vida, que deveria ser uma sucessão de prazeres e alegrias, é, em nosso modelo estabelecido, uma constante e exaustiva luta diária. Milhões de pessoas lutam por comida, por moradia. É inconcebível pensar nisso! O que deveria ser uma passagem agradável pelo mundo se transforma em tortura em nome da ordem, do sistema, da moral, dos padrões e dos dogmas.
É racional pagar para que pessoas de terno e gravata nos “representem”? É racional dar duro para que outros recebam o produto do nosso suor? É racional contribuir para uma instituição chamada governo? O que é o governo senão uma figura absurda e ilusória? “Governo” é o nome pelo qual um bando de espertos se esconde para explorar a maioria.
Não precisamos de instituições! Foi-nos lenta e suavemente imposto que precisamos delas. A democracia é uma ilusão e é tão utópica quanto essas linhas que agora escrevo. Não queremos hierarquias, ordens, leis e proibições. Ninguém mais se dá conta da quão errada é a sociedade que o homem organizou. As pessoas aprenderam a não questionar mais. Quando me refiro a questionar, não falo do chavão estúpido “Cobre dos políticos! Lembre-se de quem você votou na última eleição”. O que ninguém entende é que o problema não está só nas pessoas que nos comandam, e sim no fato de termos pessoas nos comandando. Libertem-se dessa prisão de valores e crenças em que nos colocaram ao longo dos tempos.
O que proponho aqui não é socialismo, nem anarquismo, nem “ismo” algum! Isso são rótulos. Proponho um chute na cara desse status quo que adora nos dizer o que fazer, escolher o que vamos vestir, comer, pensar, assistir, gostar. Chegamos a um ponto em que já não sabemos mais se o que acreditamos é de fato o que acreditamos.
O voto é obrigatório. Risível. Somos obrigados a escolher outras pessoas para nos representarem e decidirem o que podemos ou não fazer, a que temos ou não direito. Isso é loucura! Nós somos obrigados a ser comandados. Isso não é democracia, e sim ditadura.
Por que devemos pagar impostos? Por que precisamos pagar para que outras pessoas, escondidas por trás de nomes como ministério de não sei o quê, secretaria da blablabá, nos garantam serviços e assistência? A partir do momento em que se criam relações de poder entre as pessoas, o conflito é certo. O ser humano é egoísta, vaidoso e invejoso. Não há lugar para todos no topo.
Os que se conscientizaram disso foram excluídos. Em todas as épocas existiram pessoas assim. Foram assassinadas ou internadas nas instituições que tanto combateram. Quantas pessoas esclarecidas não devemos encontrar simplesmente atiradas nas ruas, esfarrapadas e consumidas pelas drogas. O sistema os transforma em figuras fantásticas que têm sua imagem como arma de manipulação por parte daqueles a que tentaram derrotar. Pobres mortais elevados à condição de ídolos de uma raça fraca e insegura.
Além disso, são a mídia e as instituições que nos introjetam suas normas, seus padrões e seus interesses disfarçados por trás de discursos políticos ou religiosos. Conceitos como a ordem, a moral e os costumes nos são impostos a fim de que nos sujeitemos a viver como eles querem.
A vida não é isso. Viver não é sinônimo de sofrer. Ao menos não é o que consta no dicionário. Viver deveria ser sinônimo de prazer. Prazer para todos. O que proporciona prazer ao ser humano? A natureza, o mar, a brisa, o sexo, a amizade, a arte… Isso é a vida! E não os horários, as regras, as normas, as imposições, os chefes, os engarrafamentos. Reflitam sobre isso.
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