Provavelmente, as novas gerações nunca tiveram a oportunidade de tomar conhecimento sobre o que ficou conhecida como a “Guerra da Lagosta”. Foi uma denominação oriunda da mídia nacional nos primórdios da década de 1960. O fato teve grande repercussão no país e internacionalmente. Este conflito entre Brasil e França foi decorrente da pesca considerada ilegal do crustáceo dentro da plataforma continental brasileira, prejudicando os pescadores nativos.
Nos anos 50, a pesca da lagosta existia em pequena escala no Brasil, mas vinha ganhando espaço na economia. A “Guerra da Lagosta” apresentou uma crise nas relações entre os dois países, Estados que, até então, cultivavam boas relações diplomáticas. O Nordeste brasileiro ganhou visibilidade por possuir um grande potencial de produtor, o que deu ao crustáceo o codinome de “ouro do mar”. Aqueles franceses vinham percebendo que o crustáceo estava ficando escasso. Até então, os pescavam na costa da África. Por isso, buscaram a rica costa brasileira para continuar com suas atividades ilegais.
Após a II Guerra Mundial, tem-se visto uma tendência de resolução de conflitos por meios nem sempre diplomáticos. Dadas essas circunstâncias, iniciou-se um embate diplomático que perpassou diversos temas e posicionamentos. Nesse episódio, a diplomacia foi o fator decisivo na garantia de um cenário não belicoso entre ambos. Não houve embate bélico, porém, os meios da Marinha Brasileira se movimentaram para o Nordeste para garantir a segurança da região.
Além desse ponto, temos o posicionamento diplomático como um dos assuntos mais atuais nas relações internacionais, o que traz à análise do conflito um viés contemporâneo. Importante observar que o conflito, que havia sido iniciado no ambiente privado, tomou proporções governamentais e que poderia resultar em um embate bélico. Relembra-se que, se fosse o caso, o Brasil estaria em desvantagem, pois a França tinha um poderio bélico muito maior do que o do Brasil.
Ao relembrar-se o conflito, como a “Guerra da Lagosta”, em que os pesqueiros foram expulsos do litoral brasileiro, é de se perguntar: o Brasil, atualmente, está bem preparado para defender o seu litoral, poços de petróleo, as fronteiras terrestres e fluviais? Em casos bem recentes, provou-se que as nossas fronteiras ainda estão desprotegidas, segundo noticiado pela mídia.
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