Ao longo dos anos, tenho observado um hábito que, embora comum, tem um impacto bastante prejudicial na saúde bucal: o hábito de roer unhas. Como profissional da área odontológica, tenho visto de perto os danos que esse hábito aparentemente inofensivo pode causar aos dentes e à saúde bucal como um todo.
A onicofagia, como é chamado o hábito de roer unhas, pode parecer uma mania simples, muitas vezes associada ao nervosismo ou à ansiedade. No entanto, seus efeitos vão muito além do que se pode imaginar. Além de causar desgastes e fraturas nos dentes, especialmente nos anteriores, o ato de roer unhas pode resultar em danos às restaurações dentárias, aumentando a necessidade de intervenções odontológicas.
Mas os problemas não param por aí. O contato constante das mãos com a boca durante o hábito de roer unhas pode transferir uma variedade de microrganismos e parasitas para a cavidade bucal, aumentando o risco de infecções e outras complicações bucais. Além disso, o contato desses micro-organismos com o tubo digestivo pode levar a problemas gastrointestinais, como diarreia, tornando-se uma preocupação não apenas para a saúde bucal, mas também para a saúde geral.
Diante dessas considerações, é importante que aqueles que sofrem desse hábito nocivo busquem formas de combatê-lo. Autoconhecimento é o primeiro passo: reconhecer que roer unhas é prejudicial à saúde bucal e estar disposto a buscar uma mudança é fundamental. Existem algumas estratégias simples que podem ajudar, como manter as unhas curtas para reduzir a tentação de roê-las, substituir o hábito por outra atividade relaxante, como apertar uma bola antiestresse, e, em casos mais graves, procurar a orientação de um psicólogo para lidar com a ansiedade subjacente.
Em última análise, cuidar da saúde bucal é essencial para o bem-estar geral. Conscientizar-se sobre os danos do hábito de roer unhas e tomar medidas para combatê-lo pode ser um passo importante na promoção de uma saúde bucal e geral melhor e mais duradoura.
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