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Por que no Brasil o trânsito ceifa tantas vidas?

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No Brasil, as estatísticas de acidentes de trânsito, mesmo precárias e controversas, assustam. Segundo dados fornecidos pelo seguro DPVAT, sabe-se que no país, em 2015, diariamente, 117 pessoas perderam a vida no trânsito das cidades e rodovias. Considerando esses números, por ano, foram 42.705 vítimas fatais. Num mesmo período de tempo, aproximadamente 515 mil pessoas ficaram feridas em estado de invalidez permanente. Não estão computados nesses números os que se feriram nos acidentes e morreram posteriormente, sem que as autoridades tivessem tomado conhecimento. Por isso, somos na atualidade o quinto país do mundo em mortes por acidentes de trânsito, o que é considerado pelo Ministério da Saúde como um sério problema de saúde pública.

Estabelecida pela ONU, a década 2011/2020 tem por objetivo reduzir os acidentes de trânsito com vítimas fatais em seus 192 países membros. Faltando apenas três anos para que esta década termine, o Brasil, que se propôs a reduzir em 50% os acidentes de trânsito, não conseguiu avançar no sentido de minimizar essa tragédia. De 2011 a 2014, o número de vítimas fatais no país manteve-se entre 42 e 45 mil, mas, em 2015, esses números apresentaram redução aproximada de 17,35%, ou seja, de 43.780 (2014) caímos para 37.306 óbitos (2015). Incrível, mas, no Brasil, o trânsito mata mais do que as muitas guerras que estão em andamento pelo mundo.

Culpados! Culpados somos todos nós, sobretudo as autoridades que fazem vista grossa para esta impressionante tragédia. Nunca assumimos responsabilidades pelas imprudências e negligências cometidas contra as normas de trânsito. Agimos como se fôssemos imunes aos acidentes viários e suas trágicas consequências.

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Para que o país possa vencer esta batalha, é fundamental assumirmos responsabilidades. Cada um de nós tem que fazer a sua parte. Educar e educar, promover campanhas de trânsito fortes e permanentes, fiscalizar e punir infratores. Ainda assim, percebe-se que os rigores da fiscalização e da penalização aos infratores, infelizmente, não têm sido suficientes para reduzir os acidentes viários. Precisamos, no entanto, com urgência, mudar radicalmente o comportamento de todos os que fazem o trânsito.

Em vigor há 20 anos, o CTB ainda não teve regulamentado o seu artigo 76. Vejamos: “A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus…”. Aqui estão as diretrizes necessárias para educar as pessoas. Infelizmente, até o momento, isso ainda é uma utopia, pois essa regra jamais saiu do papel.

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