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Filosofia e sofística

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A sofística, conhecida também como “Movimento Sofístico”, ocorreu na Grécia antiga, na segunda metade do século V a.C. na “Mãe Pátria”, cidade de Atenas. Seu fundador, e principal representante, foi Protágoras de Abdera. A reflexão filosófica anterior preocupava-se, exclusivamente, com a questão da natureza, a origem do cosmo. Os sofistas deslocaram essa pesquisa para o homem, suas virtudes e seu supremo bem, ou seja, sua realização plena. Uma atitude intelectual totalmente nova e revolucionária, que influenciou profunda e decisivamente todo o ocidente, uma vez que somos gregos e cristãos, queiramos ou não.

É nessa perspectiva e dimensão que vemos as coisas, conhecemos supostas verdades e crenças e nos comunicamos por meio de uma lógica que se fundamenta em conceitos, juízos, raciocínios e capacidade de argumentação. Os sofistas tinham como alvo a educação dos jovens (ricos), porque cobravam pelos seus cursos e conferências. Pela ausência de certas categorias que só seriam conquistadas posteriormente, identificaram educação com a eloquência, falar bem em público e para o público, para convencer e persuadir. O fim último dessa pedagogia seria o êxito na vida pública, na carreira política, somado ao poder econômico.

Helenistas consagrados veem na sofística os germes que viabilizaram o humanismo e o iluminismo modernos e contemporâneos no pensamento ocidental (igualdade, liberdade e fraternidade). É importante conhecer o passado para projetar o futuro. Dar sentido à vida é responder às perguntas clássicas fundamentais: quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos? Indaga-se: por que algumas pessoas são tranquilas, corajosas e concentradas, e outras não o são? Alguém pode ser feliz alimentando, diuturnamente, o medo, o ódio e a incapacidade de superar os problemas inevitáveis e inerentes à condição humana?

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A sofística, pela ausência de certas categorias, que só seriam conquistadas posteriormente, foi vítima do relativismo, afirmando que o “o homem (individual, singular) é a medida de todas as coisas” e que a retórica descolada da ética confunde-se com a educação.

Estamos convivendo, no momento, com vários políticos que reproduzem este momento histórico, no pior sentido: retórica sem compromisso com a ética. Como já se disse: a História se repete como farsa. Daí a descrença do povo brasileiro, com manifestações nas ruas e nas redes contra os corruptos que buscam o poder pelo poder, no sentido de enriquecimento fácil, espúrio, a qualquer preço. Como se os fins justificassem os meios. Não vale generalizar. Temos bons políticos, honestos, corretos e bem intencionados, que têm consciência de que a política é a arte de construir o bem comum.

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