Todos já ouviram falar; a maioria não sabe utilizar; muitos não sabem onde fica e não se interessam por saber do local ou aprender a manusear. Mas ele é considerado muito importante pelas autoridades!
A pressa por fazer cumprir uma decisão acarretou transtornos aos donos de veículos automotores, já no primeiro dia de 2015, pelo fato de não haver a mercadoria para venda nos postos de combustíveis e lojas especializadas.
Trata-se de uma nova resolução, mas, por falta do produto no comércio, o Denatran decidiu adiar por 90 dias a obrigatoriedade do uso do extintor de incêndio veicular com carga ABC. Estes são mais modernos e têm capacidade de combater princípios de incêndio em materiais sólidos, líquidos inflamáveis e equipamentos energizados. Então, somente a partir de 1º de abril, os carros sem esse item de segurança poderão ser multados numa blitz.
A obrigatoriedade do uso de extintores do tipo ABC para veículos não passa de uma atitude apelativa, e somente no Brasil é levada a sério. Faz lembrar o kit primeiros socorros! Muitos não sabem onde fica, a maioria não sabe utilizar e muito menos se preocupa em aprender, apesar de estar em jogo a possibilidade de um incêndio em seu veículo, com eventuais consequências para os passageiros. Contudo, parece que ele só serve mesmo para ocupar espaço debaixo do banco!
Assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, tal exigência já não faz mais sentido, considerando que os novos carros não apresentam riscos de incêndio, seja pela ausência do carburador ou pela presença de dispositivos de segurança do tanque de combustível.
O índice de incêndio acidental nos veículos está quase chegando ao zero. Infelizmente, não se pode exigir que os carros circulem somente com o seguro de cobertura total, como roubo, incêndio e colisão. Então, para que exigir o uso de extintor, para os veículos que estão cobertos pelo seguro privado?
Um vídeo circulando na web, “Novo extintor ABC não funciona em teste ao vivo!”, mostra bem que esse extintor não apaga fogo nos bancos de carro. O teste foi realizado por bombeiros, houve dificuldades, e o resultado foi um fracasso. Trata-se, portanto, de uma fraude!
Melhor do que fiscalizar o uso de extintores modernos seria uma fiscalização rígida nos veículos em mau estado de conservação. Isto seria muito mais interessante. O que adianta esses veículos ficarem circulando com o novo extintor, enquanto a sua manutenção é precária nos outros itens de segurança, como freios, lanternas, limpadores, pneus, documentação, etc.?