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Custo do transporte público no Brasil

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O transporte público é da responsabilidade do município. Em razão da complexidade de cuidar da prestação desse relevante serviço, ele (o município) o concede ao particular mediante processo licitatório.

Transporte urbano de passageiros é um negócio como outro qualquer, tem um custo, deve ser remunerado, e alguém tem que pagar a conta. No Brasil, normalmente, quem custeia a prestação do serviço é o cidadão que paga passagem. O custo tem que ser totalmente coberto, e o equilíbrio econômico-financeiro da concessionária (empresa) tem que ser mantido. Se houver desequilíbrio, o serviço não tem condições de ser prestado.

Compõem o custo do transporte público: frota (ônibus novos e seminovos), despesas com manutenção da frota, pessoal, combustível, lubrificantes, rodagem (pneus), peças e acessórios, despesas administrativas, depreciação, remuneração, etc.

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Todos os usuários do transporte público acham que os seus deslocamentos por ônibus ou por outro modal deveriam ser gratuitos ou próximo disso. Infelizmente, no Brasil, ainda não é assim. Poucos municípios subsidiam parte das tarifas. Em alguns casos, oferecem algumas desonerações, reduzindo impostos e taxas, mas, na maioria dos casos, as passagens são custeadas mesmo por uma parte dos usuários, porque muitos usuários não pagam passagens – são as gratuidades (benesses politiqueiras) que podem chegar, aproximadamente, a 30% do valor das tarifas.

Todos os anos, as tarifas têm que ser reajustadas para cobrirem os custos da prestação desse serviço. Esse momento, em geral, é um tormento para quem paga a passagem. Quanto menor o número de passageiros transportados, maior será o valor da tarifa a ser paga.

Não é por outra razão que em 86 cidades de 24 países foi abolida a cobrança pelo transporte público. No Brasil, por incrível que pareça, já temos 12 cidades em que a tarifa é zero. Como pode ser isso? Simples, os municípios assumem o custo das tarifas, que passam a integrar o seu orçamento.

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Em Juiz de Fora, não temos nada disso. Nenhum subsídio, e 20% das pessoas que usam o ônibus não pagam passagens (gratuidades). O sistema que transportava 8,5 milhões de passageiros/mês, agora, transporta 7 milhões de usuários/mês. Muita gente, hoje, se desloca pelos serviços de transporte individual por aplicativos, ou mesmo a pé. Agora as passagens vão custar R$ 3,75, ou seja, 40 centavos mais caras, mesmo assim, o equilíbrio econômico financeiro das concessionárias ainda não será coberto integralmente. Isso somente ocorreria, se as passagens passassem para R$ 3,94 (três reais e noventa e quatro centavos).

A situação requer reflexão e providências. A prestação do serviço de transporte público, embora licitado recentemente, tem deixado muito a desejar; por outro lado, a qualidade do serviço não vai melhorar se permanecer o desequilíbrio econômico-financeiro das empresas concessionárias, e a população também não tem capacidade financeira para bancar sozinha a atualização do valor das tarifas.

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