Ricardo Pereira Amancio
Operador de Imposição de Arquivos Digitais
“Faltam vontade política e interesse de vários órgãos, tanto públicos quanto particulares, para solucionar o problema do caos no trânsito, que hoje está caminhando para níveis críticos”
Na estrada da evolução humana, todos nós precisamos seguir o fluxo da vida, se queremos um mundo melhor para nós mesmos. A questão dos transportes urbanos sempre foi uma grande polêmica entre os governantes e os governados. Estes, querendo o melhor possível para sua locomoção, e aqueles, sempre argumentando e questionando se o melhor para a população é o que ela está pedindo.
Várias discussões são realizadas, nas mais variadas esferas administrativas, sem nenhum acordo viável para ambas as partes, o que acaba prejudicando enormemente o fluxo da evolução no transporte. Vemos que, em outros grandes centros, como em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, por exemplo, por mais difícil que seja, as ações que são feitas para a solução dos problemas nos transportes públicos finalizam com praticamente 100% de sucesso, facilitando, assim, a vida diária dos trabalhadores.
Em nossa cidade, como dito anteriormente, faltam vontade política e interesse de vários órgãos, tanto públicos quanto particulares, para solucionar o problema do caos no trânsito que hoje está caminhando para níveis críticos. Sabemos que obras viárias são muito onerosas e demandam projetos complexos que demoram muito tempo para serem finalizados. A questão da ferrovia, assunto principal deste questionamento, seria muito bem resolvida se fossem feitos investimentos no sentido de isolar o acesso da população à malha ferroviária, como a construção de muros altos, permitindo, assim, a segurança de todos. A contratação de uma empresa de segurança privada seria uma alternativa interessante para o controle e a vigilância da malha ferroviária que passa pelo Centro da cidade. A retirada da via férrea do Centro da cidade, como muitos defendem, para mim, é um total retrocesso no transporte público, visto que poderia ser utilizada para esse fim, mesmo que seja feita a duplicação da malha ferroviária.
Em se falando de investimentos para a melhoria dessa malha, nossos representantes, eleitos por votos diretos, poderiam dar mais atenção para essa questão, pois nossa cidade está precisando, urgentemente, de mais alternativas de locomoção. E o modal ferroviário seria uma opção muito viável, pois seus materiais, trilhos, por exemplo, duram muito mais do que a malha asfáltica que existe atualmente na cidade. Muitos motoristas, pedestres, ciclistas, etc., reclamam das condições precárias em que se encontram nossas ruas e estradas. Da maneira que está hoje, precisamos mesmo é de ter em casa veículos mais robustos, como jipes e picapes, de modo para que consigamos nos locomover com mais conforto.
Para aqueles que, como eu, não possuem condições de adquirir tal bem, o modal ferroviário é uma alternativa muito bem-vinda, servindo tanto para o trabalho quanto para o lazer. Quem se lembra do velho Trem Shangai? Eu mesmo o utilizei muito em minhas viagens. Infelizmente, tem pessoas que discordam da minha opinião e querem, a qualquer custo, retirar os trilhos do Centro da cidade e fazer do local uma grande avenida. Pensem bem, já não temos avenidas saturadas demais em nossa cidade? Se o trecho ferroviário fosse reativado para o turismo, tenho certeza de que muitos empresários ficarão satisfeitos. Há quem se lembre da extinção da ferrovia Juiz de Fora-Piau, desativada há tempo, e que poderia hoje servir como rota turística na cidade. Só não enxergam isso aqueles que prezam somente pelo modal rodoviário. Acordem, governantes, pois nossa cidade está chegando muito perto, se não já chegou, do caos no trânsito.
Espero que a população de Juiz de Fora não fique estática quanto a essa questão.