Fiquei surpreso pelo destaque publicado nesta Tribuna em 4 de dezembro deste ano sobre o estado de abandono existente no famoso Parque Estadual de Ibitipoca, em Lima Duarte. Quero me ater ao estado em que se encontram as rochas da região. Com o passar do tempo, as intempéries vão solapando e as degradando e, a qualquer momento, poderá haver um acidente de proporções inimagináveis.
As rochas contraem-se. Em um momento, o sol escaldante incide sobre elas. Em seguida, vem uma forte chuva esfriando-as e as fazendo contrair. E, com o passar do tempo, essa variação continua. A tendência é que elas vão desagregando da rocha-mãe.
Tal situação ocorreu recentemente com um grupo de turistas em seu passeio de barco por uma represa em Capitólio. Foram surpreendidos pelo desagregamento de rochas sobre eles. Pelas fotos que vi desse acidente, concluo que deve ser o mesmo tipo rocha mostrada na matéria da Tribuna.
Sou engenheiro civil com 50 anos de vida profissional, mas não sou geólogo. Durante quase todo esse tempo, fui fiscal de obras públicas na área de infraestrutura. Já presenciei escorregamentos de aterros e encostas, inclusive com rochas. Sugiro que um profissional – geólogo ou geotécnico – faça um mapeamento completo dos locais e determine os perigos iminentes, dando sugestões para cada caso. Provavelmente, esse profissional irá projetar tirantes de aço ancorados na rocha sã para conter os blocos. Outra solução é lançar concreto projetado em certos pontos. Fazer explosões com dinamite não é recomendado, pois poderá deslocar outras rochas ainda não fraturadas. Com certeza o profissional irá projetar obras complementares como o desvio das águas superficiais, pluviais ou não.
Pela minha experiência em campo e licitações, vi que qualquer tipo de obra dessa envergadura tem um custo elevado.