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De Jessé nasceu a Vara!

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Faz parte do folclore mineiro uma bela música que inspirou Milton Nascimento e que nosso povo canta com frequência. Ela fala da profecia do profeta Isaías (Is 11). Nas tribulações do povo judeu, exilado e escravizado na Babilônia, o profeta refere-se à origem do povo. Jessé era pai de Davi, antepassado de todos os reis e do Messias. A experiência do exílio e a escravidão humilhavam e abalavam a confiança do povo. E, quando o profeta fala, ele consola ainda hoje todos os que sofrem, traçando o perfil do Messias que deveria ser modelo para todos os cristãos.

Hoje, a profecia se cumpriu: a haste que nasceu do tronco de Jessé é Jesus, cujo nascimento comemoramos. Devemos nos encher de alegria, que restaure as forças depois de um ano de muitas lutas. É hora de esvaziarmo-nos dos fardos e angústias. Esvaziarmo-nos também de acúmulos, egoísmos e vontade de ter. Vazios, estaremos disponíveis ao Espírito Santo de Deus que nos preencherá. Cheios do espírito, teremos, como o Messias, sabedoria, conselho, discernimento, fortaleza, ciência e temor de Deus. Tais dons nos levarão a lutar pela justiça para os pobres, a construir uma ordem humana para os que buscam a paz e força para fustigar os muitos males da nossa terra. São essas as características de Jesus e devem ser essas as características dos cristãos.

Temos que reconhecer que não tem sido assim a celebração do Natal da maior parte das pessoas. Aliás, no mundo de hoje, esta tem sido uma estranha festa de aniversário. Nela ocorre de tudo, menos lembrar-se do aniversariante. Cabe a nós, que cremos em Cristo, reverter esse processo. A festa é necessária. O evento é muito importante para não ser celebrado, e todos nós merecemos e precisamos de alegria. Nada melhor para nossa alegria que reunir as pessoas queridas. Na partilha do amor, é Deus mesmo que celebramos. Iluminar nossa casa e trocar presentes (símbolos de carinho, de gratuidade) fazem bem à alma e isso agrada a Deus. Sem valorizar demais o valor dos presentes e, sim, a alegria de amar, de partilhar. Sem despertar em nossas crianças o desejo absoluto de tudo ter.

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É preciso não fechar nossas portas. Nossa alegria só será completa quando for a alegria de muitos. Há pessoas generosas que nessa noite chamam todos, principalmente os que nada têm, para celebrar consigo. Nem todo mundo, porém, tem a obrigação de fazer isso. Será bastante se essa festa renovar em nosso coração a determinação de levar essa alegria e muita ternura a todos nos outros dias do ano que se inicia. Assim o Natal acontece de verdade e deixa de ser só uma festinha a mais. Que o menino Jesus nos ensine e ilumine todos. Feliz Natal.

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