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Perdão

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Nossa vida é forjada na chama incandescente do livre arbítrio, e seus resultados compõem a amálgama de nossa existência presente e futura, segundo a lei de causa e efeito.
Quando opiniões ou ideias pessoais estremecem nossas relações de intercâmbio com amigos, nos perguntamos: e agora?

Com sincera aflição, como se nada mais existisse, detemos todas as nossas energias no torvelinho de emoções, raciocinando hipóteses, alimentando nossos pensamentos com palavras e ações, num infindável por quê.

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E, como uma onda de conspiração universal se abatesse contra nós, tudo se complica. Se abatidos pelo aborrecimento com o amigo, o fel da revolta amarga a boca, a enfermidade, mesmo que branda, se assoma à cólera, e as situações menos felizes de nós se assenhoram de modo a fazer que as circunstâncias temporárias, em que nos encadeamos, pareçam eternas. Nos tornamos vítimas de nós mesmos, incapacitados pela cegueira da cólera momentânea, e não conseguimos enxergar as oportunidades de elevação que a vida dispõe em nosso favor.

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O nosso tempo na atualidade terrena é de muitos conflitos e perturbações. Não que seja pior que o passado, é mais grave, porque é o nosso tempo, assim sendo, somos partícipes, e não observadores. Temos também como fator contribuinte a rapidez das comunicações; essas que trazem ao domicílio da nossa intimidade fatos que anteriormente saberíamos de ouvir falar.

Somados os torvelinhos mundiais aos terremotos de nossos desajustes, enfrentamos aqueles deslizes de quando em quando. Alguém surge com agressões que nos abalam as mais profundas estruturas emocionais, provocando horas em desespero, dias de ira e noites de insônia, em que ficamos repetindo a ofensa sentida, no lodaçal da angústia. Enquanto alimentamos o mal em nossos pensamentos e ações, ficamos em choque com o retorno das nossas próprias ações; as dores que recebemos são a colheita dos males que lançamos.

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Aquele que deseja avançar na luz do progresso moral deve dedicar-se a desculpar, sempre e infinitamente, para que se liberte do emaranhado de angústias que varrem o solo planetário.

Se a justiça constrói penitenciária, o perdão ergue escola. Se a lei funde algemas, o amor tece a bênção.

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Só o perdão é força capaz de nos libertar do cativeiro dos nossos delitos. Por isso Jesus nos ensina a orar para o Pai: “Perdoa nossas dívidas como perdoamos aos nossos devedores”.

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