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Inteligência emocional na medicina

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A inteligência emocional (IE) surgiu com a evolução da teoria da inteligência. Envolvendo tanto habilidades intra quanto interpessoais, acentua julgamentos próprios da inteligência social, indicando que lidar com emoções tem sérias implicações para as relações cotidianas. Habilidade para monitorar, e expressar, as próprias emoções, bem como perceber e discriminar as emoções do próximo, decompõe-se em quatro dimensões: (1) habilidade para perceber corretamente as emoções, (2) habilidade para usar as emoções visando facilitar pensamento e raciocínio, (3) habilidade para entender a linguagem das emoções e (4) habilidade para manipular, e controlar, as emoções, sejam estas as nossas ou as de outrem.

Estudos recentes, debatendo se a seleção de estudantes para a carreira médica bem como a escolha da futura especialidade, devem levar em conta a IE, afirmando que a chave do sucesso na medicina requer tanto a inteligência cognitiva quanto qualidades como empatia, comunicação eficaz e habilidades interpessoais. Para tanto, citam como exemplo Austrália e Nova Zelândia, por estarem empregando testes de admissão que mensuram, ou avaliam, três dimensões cognitivas: raciocínio lógico e solução de problemas, habilidades de interação social e entendimento das pessoas e raciocínio não verbal, auxiliando, através destes, a seleção de estudantes em medicina, odontologia e ciências da saúde.

A parte 2 deste instrumento avalia a habilidade para entender e pensar sobre as pessoas. Ela mede a empatia como ampla habilidade cognitiva, sendo identificada por três facetas do comportamento: (1) identificar as emoções e os sentimentos, (2) explicar ações e emoções e (3) predizer sentimentos, respostas e comportamento. A rigor é a própria definição de IE. Por outro lado, outros estudos, apresentando dados indicativos de que estudantes de medicina precisam ter uma maior habilidade para entender informações emocionais, bem como para rotular emoções e reconhecer que há grupos de emoções relacionadas, entendem que isso é benéfico no contexto clínico, pois compreender como as emoções mudam e se combinam ao longo do tempo é altamente importante quando se trabalha com outras pessoas e suas emoções. Além disso, não há diferenças nos escores de IE entre especialidades médicas.

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Esses dados têm levado estudiosos a argumentarem que, um treino, em IE, pode enriquecer não apenas a qualidade da relação médico-paciente como também a precisão do diagnóstico clínico e o julgamento prognóstico. Portanto o treino em IE para enriquecer habilidades interpessoais, e de comunicação, além das comunicações verbais e não verbais, deve incluir um programa para ensinar médicos a usarem suas próprias expressões emocionais em busca da melhor compreensão dos estados afetivos de seus pacientes.

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