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As festas populares de junho

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O mês de junho se caracteriza pela alegria das festas populares, embaladas pela devoção aos santos que o povo elegeu para celebrar: Santo Antônio, São João Batista e São Pedro. Fogueiras, danças de roda, bandeirinhas, balões (os de verdade agora proibidos por justa razão ambiental), brincadeiras, barraquinhas, comidas e bebidas típicas, que fazem a festa de crianças e adultos.

Nessa perspectiva, uma pergunta se faz presente: o que estas festas e estes santos do povo têm a nos dizer? Talvez as festas queiram apenas nos mostrar que a alegria é a prova dos nove, que o anúncio do Reino precisa chegar às pessoas como uma notícia feliz em meio às turbulências do cotidiano, para que elas consigam superar suas dificuldades sendo melhores, mais humanas, mais próximas, mais solidárias, assim como conseguem ser nesses momentos de alegria festiva. Para isso, é necessário sentir o amor que está no ar, nos quintais, nas casas, nas varandas, no céu estrelado, na fogueira que arde e solta fagulhas coloridas quando soprada pelo vento. O vento que refresca, que agita roupas e cabelos e que no cristianismo simboliza a Ruah, o Espírito que nos habita e nos torna leves, mais flexíveis, amáveis e capazes da ternura das mãos que se entrelaçam nas rodas que se formam ao som das músicas que todo mundo já aprendeu a cantar: os pobres e os ricos, os homens e as mulheres, as crianças e os adultos, os brancos e os pretos, os sãos e os doentes, todos, todos, todos, como nos diz o Papa Francisco. São momentos que nos suspendem, que nos permitem olhar para o céu e para quem está perto de nós, sem racionalismos, sem preconceitos, apenas com a emoção dos que se unem para festejar a vida que pulsa.

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Os santos de junho nos dizem que o Reino de Deus é simples assim, que basta o amor partilhado para que a alegria da vida se manifeste para todos e todas, pois como nos diz Riobaldo, o narrador do Grande Sertão Veredas, “Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura”. A loucura do mundo nos impele à competição, à eficácia, ao lucro a qualquer preço, e isso contrasta com a singeleza e a simplicidade das festas inspiradas pelos santos de junho, aqueles que com suas vidas simples e ofertadas nos ensinam o essencial.

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Santo Antônio, aquele que oferece sua erudição à pregação do Evangelho que, segundo a lenda, até os peixes compreenderam. São João Batista, o que preparou os caminhos para a chegada de Jesus, e São Pedro, o que na sua humanidade frágil e vulnerável é figura dos que conduzem a Igreja. Que eles inspirem, na alegria e na simplicidade, nossas vidas e nossos projetos!

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